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O Que Esperar do Mercado Financeiro
A grande movimentação de pessoas das mais diversas idades, e das mais diferentes classes sociais para a bolsa de valores, é inacreditável. Na verdade, nem tão inacreditável assim. Devido a ampla divulgação por meios de canais de Youtube e livros, sobre o baixo rendimento da poupança (e o consequente lucro que as pessoas podem ter ao migrar dos bancos para as corretoras), está fazendo que esse boom no Brasil se torne algo sem precedentes. A grande verdade é que o que está acontecendo aqui agora, já vinha acontecendo há muito tempo em vários outros países.
Investir na bolsa de valores não deve ser encarado como um jogo, mas sim como uma profissão. Alguns tem na atividade de investidor a profissão secundária, outros fazem deste, o meio de sustento e de pé de meia para aposentadoria. Algo que deve ser esclarecido é que nem tudo são flores. Da mesma forma que muitas pessoas ganham muito dinheiro estudando e aplicando corretamente suas finanças e obtendo dividendos impressionantes, existem as pessoas que não possuem embasamento e aplicam o pouco que conseguiram guardar, de forma desmedida e sem propósito futuro. Apenas porque outas pessoas disseram, ou porque a empresa é famosa.
Nesse cenário aparecem com força, as grandes intermediárias entre a pessoa física e jurídica, as conhecidas corretoras. As corretoras são instituições financeiras e administrativas, que fazem o intermédio, entre os investidores e o mercado de ações, que no Brasil é fiscalizado, organizado e auditado pela B3 (antiga Ibovespa). A B3 por sua vezes tem como missão fornecer toda a credibilidade e segurança, fazendo toda a ponte entre pessoas físicas, corretoras, empresas nacionais e internacionais. Todo o mercado de ações só acontece, porque existem padronizações e regras seguidas a fio, todas elas aplicadas e fiscalizadas pela B3.
Quando falamos de boom no mercado de ações, nos referimos a 3 pontos que ilustram essa estrutura : o número de pessoas que entram para o mercado de ações, o número de empresas que se transformam em empresas de capital aberto (para que investidores possam adquirir sua ações), e o número de dinheiro movimentado nesse cenário. Todos são muito expressivos. No fim do segundo trimestre do ano passado o número de pessoas com ações na bolsa de valores atingiu a extraordinária marca de 1,4 milhões de pessoas. Até o meio da década passada, o número se mantinha constante em torno de meio milhão de pessoas.
Algumas modalidade especiais de movimentação como o day trade (movimentação diária de ações com o intuito de ganhar dinheiro na variância instantânea do valor das ações), tem ganhado muito força. Existem hoje, times de investidores que são grupos de pessoas que se reúnem, trocam conhecimento e fazem trade em conjunto. Também existem grupos de traders que fazem a administração e aplicação do dinheiro em day trade ou swing trade, e para isso cobram uma taxa em cima do dividendo arrecadado no fim de cada período. O mercado de ações nunca esteve tão aquecido.
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A Composição de Uma Carteira de Ações
Existem inúmeras empresas disponíveis e com capital aberto para que possamos adquirir lotes de pequenos pedações seus, as famosas ações. Pois bem, não existe segredo para escolher quais empresas comprar, mas sim, técnicas baseadas em uma série de estudos sérios promovidos por profissionais que trabalham no mercado de ações há muitos anos. A primeira dica de todas, que qualquer profissional indicará é que você tem de diversificar suas aplicações. Dessa forma, caso ocorra algum intemperismo em alguma área da economia, você não terá todas as ações de um só ramo, (e logo não terá problemas que não se resolvam em médio prazo). A palavra chave nessa hora é “diluição de riscos”.
Diferentes perfis de investidores, devem se atentar a diferentes estilos de carteiras de ações. Por exemplo, se você for aposentado e deseja investir, as corretoras indicam atentar às ações de longo prazo, de empresas que pagam parcelas de lucros, os conhecidos dividendos. Um ponto interessante de salientar, é que é muito importante procurar corretoras que indicam a melhor carteira de investimentos. Essas leva em conta ações, fundos imobiliários, moedas estrangeiras. Tudo isso afim, de promover a famosa diluição de perdas.
Voltando a carteira de ações, e ciente da diversificação, o primeiro passo é abrir uma conta em alguma corretora, depois de enxergar que a sua reserva financeira não é necessária a curto prazo. Por mais que exista um fator randômico muito alto em fundos variáveis (ações), é importante reservar uma porcentagem do aporte, para investir em ações. O segundo passo que todo gerente lhe conduzirá, é conhecer o seu perfil. Isso envolve seus objetivos, como você lida com o dinheiro, seu histórico financeiro, e inclusive seu perfil comportamental como pessoa. Tudo isso para que você saiba onde está pisando.
Engana-se aquele que pensa que perfil conservador não tem que entrar para o mercado de ações. Especialista recomendam carteiras de ações para esse perfil, compostas de empresas que atuam em setores que possuem liquidez constante como geração de energia. Companhias energéticas dos estados e a Petrobrás entram nesse grupo.
Já o perfil moderado , que é um meio termo entre o risco do investidor arrojado e a cautela do conservador, consegue abranger em sua carteira uma gama maior de empresas. Para esse investidor podem entrar as empresas com porcentual reduzido em ações que possuem grandes potenciais de ganhos, as famosas small caps. Small caps são ações de empresas que no Brasil, estão avaliadas entre 300 milhões e dois bilhões de dólares.
Se o seu perfil for considerado arrojado, a carteira de ações é um tiro (algumas vezes no escuro), em busca da lucratividade em alto nível. Entram ações small caps e start-ups, que são pequenos negócios com alta expectativa de lucro. Mas não se engane que entrando neste range de aplicações você deve arriscar inconsequentemente, pois em casos de quedas acentuadas em algum setor, o investimento em diferentes tipos de fundos deve fazer com que a queda não seja representativa.
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Quantas Ações Devem Compor Uma Carteira de Investimentos?
Uma vez que abordamos as diferentes tipos de ações para cada tipo de investidor, devemos agora abordar a quantidade de ações que compõe uma carteira de ações. Especialistas do mercado brasileiro recomendam que vários fatores sejam analisados antes de tomar decisões quantitativas.
Sempre lembrando que a diversificação é o caminho ideal, a resposta final é que não existe uma resposta ideal para essa pergunta. Uma carteira que tenha quatro ações dos segmentos variados da economia, é considerada mais efetiva e lucrativa a longo prazo, que uma carteira que tenha 30 ações, do mesmo segmento corporativo e econômico.
Outro fator a ser levado em conta ao analisar quantidade, é o montante de dinheiro investido nos aportes. Se o valor não for muito alto, é recomendado investir em poucas empresas, o que é mais bem analisado do que recorrer ao mercado em frações, uma vez que o lote mínimo na B3 é de 100 ações. Na verdade o lote é exatamente de 100 ações, e o mínimo que você pode comprar é um lote.
Uma dica quantitativa que seja relevante aqui, é de que ao menos 5 ações diferentes devem compor sua carteira. Existem especialistas que especulam um número que fique entre 10 e 15 ações, mas tudo varia de acordo com a compreensão de longo prazo de cada investidor. Não havendo, portanto, uma verdade absoluta neste caso.
Vale lembrar que diversificar muito, também não é uma boa alternativa. Uma vez que o investidor compra uma variedade demasiada de papéis, ele corre o risco de pormenorizar a capacidade que uma empresa em específico, tem de lhe render lucratividade. Por isso, lembre-se, estudar antes de entrar com tudo no mercado de ações ( ou qualquer outro), é a melhor alternativa sempre.