Grande parte do Brasileiro sempre sonhou em ter um negócio próprio, ou seja, ser o seu próprio patrão. E, para que tal sonho se realize, é necessário que a pessoa tenha em mente que deverá investir um dinheiro significativo no projeto e, de quebra, deverá ter paciência para que o dinheiro investido tenha, de fato, retorno.
Muitos preferem investir em comércios onde a alimentação fale mais alto: não é difícil encontrar pessoas que decidem investir seu tempo e dinheiro em empreendimentos especializados em oferecer alimentação aos seus clientes, como os “food trucks”, famoso nos últimos tempos, que é a comida vinda diretamente de trailers; redes de fast-food, como o McDonald’s, Subway, Burger King, Habib’s, entre muitos outros.
O país se encontra, atualmente, em uma recessão econômica, e levará um tempo até começar a crescer novamente. Justamente nessa época, em que o desemprego aumenta, muitas pessoas procuram investir em pequenos comércios para sobreviver. E é nesse tipo de empreendimento que surgem, geralmente, boas ideias.
No entanto, outro tipo de comércio começou a chamar a atenção de muitas pessoas que sonhavam em ter um empreendimento próprio: as casas lotéricas. E, nesse artigo, iremos falar um pouco sobre a compra e a venda de uma casa lotérica, bem como algumas dicas para você que deseja investir em uma das unidades lotéricas da Caixa Econômica Federal. Vamos lá?
A Origem das Casas Lotéricas
A Lotérica nada mais é do que um estabelecimento credenciado pela Caixa Econômica Federal para funcionar como um local onde apostas na Loteria Federal podem ser realizadas, como as apostas na Mega Sena, Quina, Lotofácil, além de poder adquirir títulos de capitalização ou comprar as famosas raspadinhas, que podem conter prêmios em dinheiro. As casas lotéricas também podem funcionar como uma filial do banco da Caixa na cidade que se encontra, podendo receber pagamentos de boletos em geral, como conta de água, conta de luz, compras realizadas por meio da internet na qual o boleto foi gerado para pagamento, entre muitos outros.
As Casas Lotéricas começaram a ser regularizados no Brasil durante a década de 60, período esse conturbado no país por conta de eventos como a deposição do presidente João Goulart e a seguida tomada do poder pelos militares. Antes de sofrer o golpe, Jânio Quadros, presidente anterior à João Goulart, que na época era vice de Quadros, promulgou uma lei onde somente a Caixa Econômica detinha poder sobre a exploração das Casas Lotéricas.
No entanto, a história das loterias no Brasil é bastante antiga. Acredita-se que a primeira movimentação sobre o assunto se deu em 1784, em pleno ciclo do ouro, onde o dinheiro arrecadado com a loteria serviu para a construção de prédios como a Câmara Municipal de Vila Rica, cidade mineira hoje chamada de Ouro Preto. Logo depois do sucesso dessa ação, as loterias passaram a ser realizadas em outros locais do território colonial – nessa época, o Brasil ainda se encontrava sob a tutela de Portugal- com o Império Português dando preferência na exploração de tal serviço a institutos beneficentes, tais como orfanatos, unidades da Santa Casa, entre outros. Em 1844, já sem a interferência da Coroa Portuguesa nas decisões brasileiras, é que foi regulamentado o funcionamento das lotéricas no país, pelas mãos do então Imperador D. Pedro II. Já em 1899, os primeiros anos da instauração da República e a consequente queda da Monarquia, as loterias foram incluídas no Orçamento Federal.
Naquela época, antes dos anos 60, eram particulares que cuidavam da administração, onde os selecionados deveriam prestar uma espécie de “concurso” público para concorrer a uma concessão de funcionamento, concessão essa que tinha o prazo de validade de até 5 anos para quem o detivesse. Foi só depois da promulgação da lei colocando a Caixa como única exploradora é que a administração de tais estabelecimentos passou a ser pública.
Requisitos Para a Abertura de uma Casa Lotérica
Se você se interessou em abrir uma casa lotérica, é necessário que você obtenha uma autorização especial da Caixa, onde ela irá disponibilizar o edital colocando todos os pontos cruciais para a abertura de uma unidade.
Depois disso, você deverá apresentar a uma comissão escolhida pela caixa um projeto onde esteja detalhada todas as suas pretensões, como o lugar onde será feito o estabelecimento, a atuação comercial pretendente e, ainda, avaliação do grau de escolaridade de você e dos demais solicitantes.
Se a decisão da Caixa for favorável ao seu projeto, ela irá, então, recomendar vários padrões a serem seguidos na confecção da nova lotérica, desde os equipamentos utilizados até a aparência interna e externa da unidade.
Logo depois, você deverá escolher qual o tipo de agência lotérica irá escolher para trabalhar. São várias, como as Casas Lotéricas Convencionais, Mini Casas Lotéricas e, até mesmo, unidades móveis que comercializam os produtos de uma casa lotérica comum.
Quais Atitudes Tomar?
Antes de apresentar o projeto à banca avaliadora da Caixa, é necessário que você saia do seu perfil de “empresário” e se coloque no lugar do seu futuro cliente. Você deve se atentar aos seguintes fatos: o lugar onde a lotérica funcionará é tranquila? Garante ao cliente total liberdade de acesso, possuindo estacionamentos próprios ou, pelo menos, perto da agência? O horário de funcionamento da mesma está em consoante com o horário dito “seguro” pela população? Há outras agências lotéricas ao redor?
Feito isso, é necessário realizar os ajustes necessários para que a sua lotérica não caia na “mesmice” das demais. Apesar de as lotéricas manterem um “padrão”, o que muda de uma casa para a outra é o atendimento e o conforto dado aos clientes.
O preço para investir em uma casa lotérica comum é alto: cerca de 300 a 500 mil reais, sendo que, muitas vezes, o retorno demora alguns anos para aparecer. Existem outras formas mais baratas de investimento, como a Unidade Simplificada de Lotéricas, na qual o investimento de apenas 5 mil reais é necessário. Tal terminal consiste em um terminal especializado em receber apostas dos produtos que a lotérica oferece. Bom para ser instalado em pequenos comércios, como mercadinhos, padarias ou até mesmo postos de combustível.