Preocupações com a Crise Imobiliária e Seus Impactos

Todos sabem que o mundo se encontra em uma crise num processo franco de recuperação. No entanto, os efeitos da crise que se iniciou em 2008 são sentidos até hoje e serão ainda sentidos por muito tempo. Tal situação, que afetou os países desenvolvidos primeiramente, vem chegando aos países menos desenvolvidos, o que agrava a situação da população dessas nações.

A grande preocupação com a chegada da crise era, justamente, com preço dos produtos, que chegavam aos seus consumidores em um preço bastante alto, prejudicando tanto quem comprava como quem vendia.  Além disso, desemprego, desvalorização da moeda, entre outras coisas começaram a preocupar muitos líderes mundiais.

Atualmente, como já dito, a crise ainda dá seus sinais de vida, mas de uma maneira mais amena, sendo combatido, lentamente, ano após ano.  A crise de 2008, que se iniciou nos Estados Unidos, é a conhecida “crise imobiliária” que, como o próprio nome sugere, iniciou com o preço dos imóveis que eram comercializados no território estadunidense, e que depois de derrubar as bolsas de valores do país, se espalhou mundo afora.

No nosso artigo de hoje, iremos falar um pouco mais sobre essa crise que assolou os Estados Unidos, bem como algumas informações bastante interessantes sobre o fato. Vamos lá?

2008 – A Crise Imobiliária nos EUA têm Início

O estouro da bolha imobiliária, que deflagrou a crise de 2008, aconteceu um ano antes, em 2007, mas tem origens muito mais antigas. Muitos economistas chegaram a dizer que, se a crise não fosse amenizada, havia o risco de ela se tornar a segunda “Depressão”, referência à Grande Depressão sofrida pelos EUA no fim da década de 20, em 1929, na qual o desemprego bateu o maior recorde da história do país, fazendo com que muitas pessoas passassem fome e precisassem de ajuda governamental para se sustentarem. As imagens daquela época, mostrando pessoas em enormes filas para conseguir um pouco de comida se tornaram símbolo daquela crise.

A crise de 2008 teve o pontapé inicial dado em 2000, quando o mercado acionário, que movimentava e ainda movimenta bilhões de dólares, encontrava-se saturado. Muitos acionistas, então, resolveram tocar os seus investimentos para a área de habitação, o que gerou uma enorme onda de investimentos no setor. A bolha imobiliária começara a inchar nessa época. Contribuía para isso o fato da grande e barata presença de dinheiro para ser emprestado e utilizado na compra de imóveis, por meio de empréstimo. Vale ressaltar que, nessa época, o país se encontrava em uma recessão econômica. Com a oferta fácil de dinheiro, os preços dos imóveis começaram a subir.

Quando os estadunidenses perceberam que os preços dos imóveis estavam disparando, correram para comprar imóveis, e foram muitos que pensaram dessa forma.  Naquela época, além do dinheiro facilitado, não era necessária uma taxa de entrada, o que fez uma fonte ilimitada de dinheiro ser injetada na economia. Os bancos, que realizavam os empréstimos, faziam o seguinte: logo securitizavam a dívida, tratando de passar o risco de calote à outra pessoa.  Com isso, os empréstimos eram feitos e, por consequência, os preços começaram a subir. Para se ter uma ideia, em áreas conhecidas dos EUA, como o estado da Califórnia  e  Flórida, conhecidas, respectivamente, por encabeçarem o polo cinematográfico e cultural do país, tiveram um crescimento de até 20% ao ano no preço dos imóveis. A cidade de Las Vegas, a capital mundial do entretenimento, teve uma subida de preço ainda mais salgada: o preço dos imóveis chegou à bagatela de até 40% ao ano.  Num período de quatro anos, que compreende os anos de 2003 a 2007, os empréstimos na categoria “subprime” subiram quase 300%, passando de 332 bilhões para 1,3 trilhão de dólares.

Foi no ano de 2006 que o pico do mercado imobiliário dos EUA foi atingido. Os primeiros sinais de que uma crise estava por surgir foi quando alguns empréstimos realizados nessa categoria deixaram de ser quitados. Naquele tempo, a preocupação estava longe de ser cogitada, já que nunca antes os preços nacionais dos imóveis haviam caído tanto.

Em 2007, mais precisamente durante o verão estadunidense, porém, veio a fatídica ação, que foi o congelamento de crédito subprime, o que fez as taxas de juros dos empréstimos normais, tanto para consumidores, quanto para clientes corporativos, subirem astronomicamente.

A partir daí, a crise foi deflagrada, o que ocasionou em diversas consequências para o sistema econômico dos Estados Unidos. Empresas entraram com recursos de pedido de recuperação judicial. Em tais empresas, até mesmo marcas tradicionais sucumbiram à crise que se seguiu. Além disso, bolsas de valores passaram a operar em baixa e o dólar começou a se desvalorizar. Uma reação foi a valorização do real, moeda brasileira, que, durante alguns anos, passou a ser uma moeda “forte” no mercado.

A crise nos EUA foi sanada apenas um ano depois, em 2009. No entanto, o mercado das habitações, no qual se esperava um reerguimento, continuou a apresentar queda. A estimativa de imóveis que foram tomados pelos bancos no período de vigência da crise nos EUA ultrapassa a marca de três milhões. O mercado de empregos também sentiu e muito os efeitos da crise, no qual mais de 10 milhões de pessoas perderam seus empregos, e a queda na movimentação do mercado imobiliário abriu precedentes para o país entrar em outra recessão econômica, considerada por alguns economistas como a pior desde a que ocorreu no ano de 1980.

No Brasil, era esperado que a crise causasse os mesmos problemas que ocorreram nos EUA. A Bovespa, que é a única bolsa brasileira que trabalha com ações também trabalhadas por bolsas de valores dos EUA, sentiu o efeito dessa crise, com muitos acionistas vendendo suas ações, o que culminou na derrubada geral de preços das ações.

No entanto, o efeito foi muito abaixo do esperado, já que a BM&F, que é a Bolsa de Mercadorias e Futuro trabalhava, diretamente, com investimentos voltados ao agronegócio no país, não trabalhando com ações e, portanto, não manipulando possíveis ações estadunidenses. Hoje, o Brasil encontra-se em uma recessão econômica, onde alguns economistas dizem que são de proveniência da crise de 2008, fato questionado por outros estudiosos da área.


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