Quando aumenta o preço da carne esse reajuste chega de maneira muito rápida aos consumidores, entretanto quando acontece ao contrario e há a queda de preços no atacado, essa queda demora a chegar ao varejo e então começa a migração do consumo das pessoas que deixam de lado os cortes mais nobres e vão à busca de carne de segunda.
Comportamento dos Preços
Preço Faz Consumidor Migrar para Carne de Segunda
Segundo um levantamento feito pela Scot Consultoria, em meados do mês de novembro o quilo da picanha estava sendo vendido pelos frigoríficos por R$ 30 reais e no mês de janeiro foi comercializado por R$ 19 reais, uma queda de 37%. Já o filé mignon teve uma redução de preço ainda maior tendo caído 42% na saída dos frigoríficos neste mesmo período e com isso o preço baixou de R$ 32 reais o quilo para R$ 18,50 reais.
Entretanto apesar desta queda tão significativa, nas gôndolas o preço continua altíssimo. Segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no mês de janeiro a picanha ainda continuava a ser vendida com um preço 10% superior ao que era praticado no mês de novembro do ano passado e na mesma comparação o filé mignon continuava 9% mais caro.
Preços não Estimulam Consumo
Qualidade
Na verdade o aumento de preço faz consumidor migrar para carne de segunda e agora mesmo com a queda os preços não estimulam volta do consumo e o que acontece é que o varejo não fez uma redução de preços na mesma proporção da que foi dada pelos frigoríficos, estando a carne ainda bastante cara. Diante dos preços praticados com os cortes traseiros que na realidade são os cortes nobres e ditos de primeira, aumentam as vendas dos cortes dianteiros que é a nossa carne de segunda.
Para nós brasileiros já se tornou normal sermos ludibriados quando os varejistas não repassam as mudanças de preço do atacado para os consumidores havendo uma defasagem nesse repasse, porém com isso aumenta a demanda pela carne menos nobre e esta já começa a ser mais valorizada.
Preços dos Cortes de Segunda
Valores
Valorizados pela demanda os cortes de segunda começam a subir como é o caso do acém, que é um corte dianteiro e que este mês foi vendido pelos frigoríficos com um acréscimo de 13% em relação a janeiro e agora estão custando R$ 7,41 reais. Na mesma comparação a paleta bovina que também é corte de segunda teve uma suba de 13%.
Enquanto isso os cortes nobres continuam com preços em queda no atacado o que mostra que a demanda de consumo ainda não reagiu. Esta semana o filé mignon era vendido nos frigoríficos com retração de 11% nos preços se comparado com janeiro e a picanha baixou 8% na mesma comparação.
