Funcionamento do Câmbio no Brasil
No Brasil, desde que foi implementado o Plano Real, dois tipos de câmbio foram utilizados, sendo eles o câmbio fixo e o câmbio flutuante, e é esse segundo é o foco do artigo de hoje. Tudo isso contribui para que o Banco Central consiga influenciar no valor que o dólar exerce no real nas mais diversas formas. As principais ações que o BC (Banco Central) realizam nesse aspecto são a oferta de swap cambiais – que nada mais são do que a venda futura de dólares – além também da venda direta e do leilão, bem como as possíveis vezes que se permitiu que o dólar atuasse plenamente sobre o real, agindo somente conforme a oferta e a demanda.
Falando a respeito do câmbio flutuante, muitos estudiosos e pesquisadores da área de finanças e economia, apontam que foi esse tipo de regime o responsável pela ascensão da economia brasileira, juntamente também com a ascensão social das pessoas, em um passado bastante recente.
De maneira resumida, uma cronologia que explica as modificações dos regimes cambiais é: No ano de 1994, assim que o real foi adotado em nosso país, o que era adotado era o regime de câmbio fixo. Já entre os anos de 1995 até 1999, o Banco Central visava limitar o crescimento e a queda do câmbio, e assim, o câmbio fixo deslizante, também conhecido como regime de banda cambial. Já desde o ano de 1999 até os dias atuais, o regime predominante e que será totalmente pontuado nesse texto hoje é o câmbio flutuante sujo, ou regime de flutuação suja. Ele foi adotado pelo fato de o dólar começar a oscilar muito, assim como sua oferta e demanda, porém, ainda assim o Banco Central conseguia influenciar e agir.
Porém, antes de começarmos de fato a tratar do assunto a respeito do regime de flutuação suja, que é o atuante nos dias de hoje, é importante compreender minimamente alguns termos mais técnicos, para que dessa forma, tudo faça mais sentido. O primeiro termo a ser exemplificado é o câmbio, que já foi brevemente citado acima, mas que deve ser pontuado corretamente. Basicamente, câmbio é o valor que uma moeda possui em relação a outra, em outras palavras, é o quanto de reais se faz necessário para adquirir um dólar, por exemplo. O valor que se paga para fazer a troca de moedas por meio de compra e venda.
Outro termo importante de ser definido e que também já foi citado anteriormente é o regime cambial. De maneira gera, essa é a forma com a qual a taxa de câmbio é instituída. Como já foi apresentado, o regime pode ser fixo ou flutuante, sendo que da primeira maneira o valor da taxa é estipulado pelo Banco Centrar e da segunda maneira a taxa é estipulada conforme a moeda sobe ou cai com as alterações do mercado acontecendo.
Características do Câmbio Fixo
No ano de 1994 a modalidade cambial adotada era o Câmbio Fixo, e foi nesse mesmo ano que o plano real foi instituído, e a situação do país era basicamente de uma inflação muito fora do controle, e o governo buscava utilizar esse câmbio como uma ferramenta para controlar e organizar toda essa alta dos preços. Assim, quando o Plano Real foi implementado, um real equivalia exatamente a um dólar.
Porém, para que tudo continuasse dessa maneira, as coisas não dependiam somente do governo, já que o controle do valor do dólar não cabia a eles. O que era necessário era que o Banco Central atuasse nas reservas internacionais do dólar, sendo assim obrigado a fazer o comércio de dólares pelo valor que ele estipulou em qualquer momento e quantidade.
As vantagens do Câmbio Fixo podem ser ditas como a previsibilidade que ela oferece tanto para o próprio câmbio, quanto para os negócios e contratos estabelecidos. Porém, como desvantagem, existe uma certa pressão inflacionária, já que em alguns momentos se torna necessário que o Banco Central emita uma maior quantidade de moeda nacional, para que a taxa de câmbio estabelecida seja defendida. Assim, com uma quantidade mais elevada de dinheiro circulando, o valor do mesmo é diminuído e consequentemente os efeitos da inflação são evidenciados.
Outro ponto negativo desse tipo de regime é que com ele em vigor, é possível que as empresas exportadoras contem com prejuízos, principalmente caso a moeda nacional esteja valorizada, mas o país se encontre em uma crescente inflação. Isso acontece porque quando o dólar está baixo é comum que os produtos importados ganhem mais relevância para os consumidores, e em várias vezes os produtos nacionais perdem a preferência e podem até mesmo não sobreviver à essa concorrência.
Características da Banda Cambial
Como foi apresentado, o regime cambial adotado entre os anos de 1995 e 1999 foi o câmbio fixo com banda cambial, que também é conhecido como crawling peg ou câmbio fixo deslizante. Nessa época, o Banco Central tinha o papel de estabelecer um limite para a alta e a queda do câmbio, e caso o valor do dólar ultrapassasse esses limites, providências eram tomadas, como, por exemplo, a injeção de dólares na economia, fazendo assim com que seu preço caísse. Os dólares utilizados nesse caso eram aqueles que se encontravam em reservas internacionais.
Esse regime é basicamente conhecido como uma forma de fazer o controle da inflação, já que ao desvalorizar a moeda vigente no país, o governo pode influenciar para que os produtores internos diminuam seus preços para que possam enfrentar a concorrência com os produtos vindos do exterior, os tornando assim mais atraentes para o público de modo geral, o que reflete em uma baixa da inflação de forma forçada. Porém, isso pode acabar acarretando também em perdas nas empresas que tem foco na exportação de produtos, já que ele também se vê obrigado a diminuir seu preços.
Características do Câmbio Flutuante
Já a partir do ano de 1999 até os dias de hoje, o câmbio se tornou flutuante, já que o Brasil se encontrava em meio a uma crise cambial e sem dólares em suas reservas. Assim sendo, o Banco Central optou por deixar que o próprio mercado bancário estabelecesse a taxa de câmbio. Isso fez com que os bancos pudessem comercializar o dólar entre si, sem precisar da mediação do Banco Central e dessa forma o valor que o dólar possuía em relação ao real deixou de ser a maneira mais efetiva de controle da inflação e passou a variar conforme a oferta e a demanda do mercado.
Porém, isso não quer dizer que o Banco Central parou totalmente de influenciar no câmbio desde então. O BC pode intervir nos mercados de forma limitada em algumas ocasiões, sempre visando conter quaisquer movimentos muito desordenados das taxas de câmbio. É isso que faz muitas vezes com que esse câmbio passe a ser chamado de Câmbio Flutuante Sujo, que ao contrário do Câmbio Flutuante puro, ele pode possui sim algumas interferências.
As principais vantagens desse tipo de câmbio é sua flexibilidade e sua possibilidade de adaptação as condições do mercado e dos preços da economia. Além disso, o câmbio flutuante sujo faz também com que exista uma redução da fragilidade das reservas internacionais de dólares. Porém, nem tudo são flores, e esse tipo de câmbio também conta com desvantagens, já que ele é mais imprevisível no que diz respeito a alterações de contratos e as oscilações da moeda de maneira geral.