O empresário Henry Ford foi responsável por profundas transformações na indústria automobilística a partir do começo do século XX. Seu sistema de gestão seria mais tarde conhecido como “fordismo”. A principal característica desse sistema é a organização da produção através de linhas de montagem. Os funcionários não precisavam perder tempo buscando peças ou ferramentas, tudo funcionava no ritmo das máquinas através de uma espécie de esteira que circulava pela fábrica e permitia o desenvolvimento do produto em partes.
Fordismo: Características
Influenciado pelo “taylorismo”, Ford buscava cada vez mais padronizar o sistema de produção e reduzir os custos. Um dos seus objetivos era tornar o automóvel tão acessível ao ponto de todo cidadão ser capaz de comprá-lo. E de fato, os carros eram acessíveis, porém a rigidez do sistema não permitia mudanças nas características dos veículos. Esse fato foi um dos principais para a queda do sistema décadas mais tarde.
O “fordismo” viveu seu ápice depois da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos estavam em pleno desenvolvimento e o poder de consumo em massa era alimentado a todo vapor. Os demais setores de produção do país como siderurgia, têxtil, energia, por exemplo, foram amplamente influenciados pelo sistema adotado por Henry Ford e implicaram no considerável desenvolvimento econômico que o país vivenciou durante aquele século.
Enquanto o modelo de produção era tão benéfico para os industriais, para os trabalhadores a realidade não era muito empolgante. Os baixos salários e o alto desgaste físico e emocional causado pela monotonia das atividades operacionais também eram características marcantes do “fordismo”.
A partir dos anos 70, o sistema de Henry Ford entra em declínio por conta do desenvolvimento da General Motors, que utilizava um sistema mais flexível e permitia a produção de automóveis coloridos, bem como um sistema de gestão mais profissional. Na década de 80, foi a vez dos japoneses competirem no mercado através da Toyta, que utilizava um sistema compacto e interligava todo processo de produção. Ao contrário da rigidez do sistema de Ford, eles eram muito flexíveis e davam preferência para a produção baseada de acordo com o desejo dos clientes.
De qualquer forma, mesmo muito após o declínio, o “fordismo” ainda é estudado e debatido no mundo, não restando dúvidas em relação a sua importância para as indústrias em geral, bem como para o estudo da sociedade e economia como um todo. Através dele foi possível pensar em novos meio de produção e refletir sobre as relações de trabalho, o sistema econômico e o sistema de consumo.
Nos cinemas, podemos analisar a influência do “fordismo” nas indústrias e sua relação com a sociedade através do conhecido filme “Tempos Modernos”, estrelado e produzido por Charles Chaplin.
