As ações ordinárias, ou seja, com direito a voto, da companhia Vale do Rio Doce registram entre os anos de 2001 e 2011 uma alta de 834% se descontar a inflação. O aumento representa uma das maiores altas de papéis da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesse período. Quem levantou os dados foi a empresa de consultoria Economatica. Em comparação com outra gigante do mercado nacional, a Petrobras, as ações da mineradora privada tiveram uma enorme vantagem e contabilizam quase o triplo de aumento. Nos mesmos dez anos, a petroleira viu suas carteiras de ações subirem cerca de 250%.
Nas ações sem direito a voto, a comparação suscita um resultado parecido. As ações da Vale do Rio Doce tiveram uma alta de cerca de 765%, enquanto a Petrobras alavancou também significantes 257%. Como essa análise mostra altas que descontam a inflação, pode-se inferir que as duas gigantes cresceram muito, pois esses números representam aumento real. Se o único critério de avaliação para dizer o quanto uma companhia cresceu fosse seu desempenho na bolsa, poder-se-ia dizer que a Vale está nove vezes maior e a Petrobras, 3,5 vezes maior em dez anos. O maior índice de rentabilidade da bolsa paulistana é o Ibovespa. No mesmo período esse indicador teve uma alta de 155,5%.
Em 2011 a Vale do Rio Doce tem mais de 47 mil acionistas, um dos números mais significantes da Bovespa. Outra grande evolução pode ser observada e corre o risco de impressionar ainda mais, pois trata-se de um número absoluto. De 2001 para 2011 o valor de mercado da Vale subiu de 20,32 bilhões de reais para 270,69 bilhões de reais. A alta da Petrobras não foi muito menos significante e a petroleira ainda se mantém mais valiosa que a mineradora. O valor de mercado da gigante subiu de 62,54 bilhões de reais para 404,38 bilhões de reais. Tanto o valor de mercado da Vale quanto o da Petrobras é, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), maiores que o Produto Interno Bruto (PIB) de vários países, como o vizinho Peru.
A Vale é uma companhia que já foi estatal, mas acabou sendo privatizada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O aumento do valor de mercado e das ações da companhia geram uma polêmica. Há quem diga que foi um erro privatizar a mineradora, pois sob uma boa gestão todo esse aumento no lucro poderia estar sendo revertido ao Estado brasileiro no momento, como acontece com a Petrobras. De outro lado, os defensores da privatização afirmam que o enorme aumento nos lucros só houve porque a companhia deixou de pertencer ao governo.
A Caixa Econômica Federal é corretora de ações de renda fixa investidas diretamente na Vale.