Indústria Farmacêutica no Brasil

A indústria farmacêutica é um dos setores mais fortes da economia brasileira e cuja origem remonta a época entre os anos de 1890 e 1950. Embora seja uma indústria desenvolvida nos dias atuais teve seu início bem mais tarde que em países como os da Europa que já tinham uma base implementada no século XIX.

Indústria Farmacêutica no Brasil

Indústria Farmacêutica no Brasil

O Papel do Governo no Desenvolvimento da Indústria Farmacêutica

O pleno desenvolvimento desse setor da indústria se deu em parte pelo investimento do governo que incentivou financeiramente a instalação dos primeiros laboratórios. Também coube ao governo fornecer recursos para a formação dos primeiros cientistas brasileiros que posteriormente viriam a desenvolver vacinas, medicamentos entre outros produtos fundamentais para a saúde.

No momento em que a mão-de-obra de imigrantes chegou ao país para substituir os escravos libertos se mostrou necessário intensificar o trabalho de prevenção a doenças por meio de vacinas eficazes. Os trabalhadores imigrantes que vinham para o Brasil tinham péssimas condições para sobreviver e estando hospedados em locais insalubres caiam doentes com facilidade. Algo que representava prejuízo para os empregadores.

O Papel do Governo

O Papel do Governo

O Crescimento da Indústria de Vacinas

Devido a grande complexidade que a produção de itens de origem mineral possuía o país começou a enveredar por esse campo mais tarde que as demais nações. Em paralelo na década de 1920 o desenvolvimento de vacinas com origem biológicas passou as receber implementos através do Instituto Vaciogênico do Brasil e o Butantã. O primeiro instituto trabalhou no desenvolvimento de uma vacina para Varíola, uma doença que dizimava populações. Já o segundo focou em vacinas contra a peste.

Soro para Picadas

Um dos nomes mais importantes da história farmacêutica do Brasil é o imunologista, médico e cientista Vital Brazil. Dentre os seus trabalhos de maior projeção está o desenvolvimento de soros para picadas de animais peçonhentos como cobras, escorpiões e aranhas. Um dos setores de grande relevância da área farmacêutica.

Produção para o Mercado Nacional e Internacional

Durante os primeiros 50 anos do século passado a indústria farmacêutica do país teve grande êxito uma vez que não existiam leis e regras de patentes. Alguns laboratórios conseguiam além de abastecer o mercado nacional com medicamentos exportar. Foi uma época de bom crescimento para as empresas nacionais, mas ainda faltava o desenvolvimento real do segmento.

Capital Estrangeiro

O governo de caráter desenvolvimentista do Presidente Juscelino Kubitschek abriu o mercado farmacêutico para a presença de capital estrangeiro. Essa chegada de empresas com mais poderio e conhecimento eliminou quase que totalmente a presença de laboratórios nacionais. Durante a Ditadura Militar esse processo de domínio estrangeiro se intensificou. Contudo, as maiores dificuldades ainda estavam por vir para as empresas brasileiras do setor farmacêutico.

Dificuldades

Da década de 1980 até os anos 2000 os laboratórios farmacêuticos nacionais enfrentaram uma série de dificuldades. Primeiro foi a estagnação financeira que fez com que os investidores dessem preferência por aplicações do seu dinheiro ao invés de investir em empresas. Também se intensificaram as dificuldades devido ao controle de preços de medicamentos que foi imposto pelo Governo assim como o surgimento de leis de patentes que deram mais força para que as grandes empresas mantivessem o seu monopólio.

O fato de que o povo brasileiro desvaloriza os produtos nacionais por motivos culturais contribuiu para a redução de presença de empresas brasileiras no mercado. O setor não teve um bom momento no cenário político sem que fossem aprovadas leis que dessem mais dinâmica para essas empresas. Os laboratórios nacionais têm dificuldades de manter a concorrência de mídia com as empresas estrangeiras. As exigências maiores por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) complicaram a aprovação de registros de novos medicamentos.

Os Genéricos

Devemos citar um capítulo a parte para o desenvolvimento da indústria nacional farmacêutica. Ao fim da década de 1990 o país passou por uma verdadeira revolução com o surgimento dos genéricos e programas de incentivo do Governo visando reduzir a dependência de laboratórios internacionais. O segmento de medicamentos sem marca, mas com a mesma função dos medicamentos mais conhecidos do mercado (os genéricos) foi dada nova força para a indústria brasileira que passou a abastecer boa parte das necessidades do público interno.

O sucesso que as empresas nacionais obtiveram por meio dos genéricos atraiu o olhar de grandes corporações estrangeiras. Na década de 2000 foi possível observar inúmeras fusões e aquisições de empresas nacionais. Os grandes grupos internacionais desejavam ter acesso a fatia de mercado generosa dos genéricos. Muitos grupos multinacionais chegaram ao território nacional.

Dificuldades para Desenvolvimento de Medicamentos

Se o campo dos genéricos se mostrou um grande negócio para os laboratórios nacionais não se pode dizer o mesmo do desenvolvimento de novos medicamentos. Para que um medicamento novo chegue ao mercado de venda é necessário que sejam desenvolvidas novas moléculas (feitas de materiais farmoquímicos) que funcionam como o princípio ativo do medicamento, que esse passe por inúmeros processos de teste, tenha a aprovação da Anvisa e esteja protegido por patentes. Percebemos que é um trabalho que demanda muito dinheiro investido. O campo de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos não possui o incentivo de que necessita para que o Brasil seja um criador de medicamentos.

O Cenário Atual

O mercado atual farmacêutico conta com a presença de 369 empresas sendo que cerca de 17% possui capital estrangeiro contra 83% de empresas com capital nacional. Grande parte dessas indústrias está concentrada na Região Sudeste do país e oferece geração de milhares de empregos. O controle de preços imposto pelo governo nos anos de 2002 e 2003 fez com que a indústria não conseguisse repassar o aumento do custo de produção dos medicamentos para o consumidor. Essa é uma das dificuldades que tem concentrado a atenção da indústria nacional de medicamentos.

Os genéricos ainda são o carro-chefe dos laboratórios nacionais, durante os primeiros anos do novo século se viu o aumento de empresas do setor. Porém, a tributação e a falta de investimento do Governo trazem a tona protestos das empresas do setor. Existe um movimento social que reivindica mais investimentos na produção de conhecimento. Uma das soluções para que as empresas farmacêuticas nacionais voltassem a crescer é poder se dedicar a pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos.

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Comentários

  • Gostaria de saber qual a data que expira o prazo da patente do medicamento zyprexa,porque necessito dele e gostaria de usar o generico que saira mais em conta.

    Rosangela Bergesch 6 de novembro de 2009 18:25
  • GOSTARIA DE ENTENDER PORQUE VEM BULAS EM ALGUNS MEDICAMENTOS QUE CLARAMENTE ENTEDEMOS QUE É PARA O PACIENTE NÃO LER DE TÃO PEQUENA QUE É A FONTE….. ECONOMIA DE PAPEL, MAS O PACIENTE NÃO LÊ NEM AS RECOMENDAÇÕES E APLICAÇÕES……… POR EXEMPLO DO NITRATO DE MICONAZOL DA GEOLAB……… É UM TOTAL DESRESPEITO AO PACIENTE/CLENTE.
    SOCORRO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Josefa Lopez 20 de Abril de 2010 18:41
  • Deus seja louvado!! Estou contente em saber que o medicamento Spiriva vai ter genericos.
    A minha mae tem DPOC e eu compro esse remedio com tanto sacrificio,pois ele e muito caro.
    Eu fico imaginando as pessoas pobres que nao tem condicoes financeiras pra comprar esse remedio ,fazem o que,meu Deus ,morrem sufocadas? Estou contente e espero que seja logo ,pois quero comprar mais barato esse remedio.

    Celi 26 de Maio de 2010 0:07

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