Para Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio, a tese de que o Brasil estaria neste momento passando por um processo de desindustrialização não é verdadeira. Segundo o ministro falta espírito inovador a indústria brasileira e fez criticas referentes a isso mencionando alguns setores com maiores problemas.
Falta de competitividade
Para Miguel Jorge não é fácil acreditar que nosso país irá passar por um processo de desindustrialização, pelo menos no médio prazo ele não concorda que haja essa possibilidade. De acordo com o ministro o que está acontecendo é uma grande falta de competitividade em alguns segmentos da indústria brasileiro e uma total ausência de espírito inovador. Para ele se a indústria em nosso país tivesse feito inovações como fez a agricultura, hoje a falta de competitividade não seria tema de discussões.
Cenário de valorização do real prejudica
O ministro discursou por ocasião de encontro promovido pela Câmara Brasil Alemanha, onde se reuniu com representantes de grupos empresariais daquele país sendo que na ocasião descartou a tese de desindustrialização, o que para ele é totalmente fora da realidade. Reconheceu, entretanto que diante do cenário um tanto adverso com a valorização do real, alguns segmentos acabaram perdendo competitividade.
Outras causas
Miguel Jorge não acredita, entretanto que apenas o cambio tenha influencia na situação, para ele existem outros fatores como a infra-estrutura ineficiente, a falta de mão de obra qualificada em diversos setores, e por fim mencionou a falta de financiamentos em longo prazo por parte dos bancos privados. Para ele tudo isso somado a um sistema tributário complexo são responsáveis pela falta de competitividade que se observa hoje em diferentes setores da indústria brasileira. Devemos acrescentar aqui que nosso sistema tributário não é somente complexo como principalmente um dos mais pesados do mundo.
Aumento de competitividade internacional
O ministro salientou ainda o fato de que a nível internacional a competitividade vem crescendo quando países como a China vem investindo forte em pesquisa, desenvolvimento e também na formação de capital humano além de contarem com mão de obra muito barata. Sem fazer referencia direta ao governo de Pequim, Miguel Jorge lembrou que os países asiáticos vêm praticando uma política de cambio totalmente artificial e fez referencia as palavras recentes do ministro da fazenda Guido Mantega alertando para a possibilidade de uma guerra cambial.
Intervenção no mercado de cambio
O ministro Miguel Jorge defende uma política macroeconômica no sentido de evitar que o real se valorize muito e fez referencia as intervenções que o banco Central vem fazendo no mercado de cambio para impedir que a moeda brasileira continue sua escalada de valorização, o que hoje está se tornando um serio problema a ser controlado para evitar prejuízos maiores especialmente à indústria do país.