Nas últimas décadas as compras com pagamento parcelado se tornaram parte da vida financeira de muitos brasileiros que encontraram nelas a solução para ter tudo o que queriam muito antes do que poderiam realmente pagar. Contudo, nos últimos anos essa prática, relativamente comum, se mostrou inviável devido à crise financeira que fez com que os diversos parcelamentos se somassem criando uma verdadeira bola de neve.
A grande questão que fica para o consumidor comum é quais compras devem mesmo ser parceladas e quais devem ser pagas a vista. Para quem tem essas dúvidas listamos algumas dicas essenciais para promover uma melhor relação com o seu dinheiro. Ser financeiramente saudável é uma forma de se manter de bem com a vida.
Pagar à Vista ou Parcelar?
Os especialistas em economia são categóricos, se você tem dinheiro suficiente para pagar a compra à vista é melhor fazê-lo, independente de estarmos falando da compra quinzenal do supermercado ou de uma geladeira nova. Essa sugestão se mostra ainda mais pertinente num cenário de crise econômica, pois assim se evita comprometer a rende futura que ainda é incerta.
Contudo, nem todo mundo pode adquirir bens e serviços de grande valor agregado pagando à vista. Nos casos em que a compra é inevitável e/ou trará benefícios a longo prazo pode ser interessante optar pelo parcelamento. Deve ficar claro que não nos referimos apenas a bens como casa ou carro, mas também um MBA, a reforma do escritório ou mesmo a troca dos computadores da empresa.
As compras parceladas devem ser compras planejadas para se adequar ao orçamento dentro do prazo em que farão parte dele, isto é, a quantidade de parcelas. Os economistas destacam que compras que tenham como foco apenas o entretenimento e o prazer da aquisição devem ser deixadas em segundo plano. Mas, é claro que ninguém precisa se privar de uma TV nova e maior, basta economizar para pelo menos poder dar uma boa entrada no parcelamento desse bem.
Faça Aplicações
Uma dica para quem gosta de trocar os móveis da casa ou mesmo quer planejar uma viagem em família é fazer aplicações financeiras. Deixe que essas aplicações rendam oferecendo dessa forma capital para que você realize compras de maior valor agregado pagando à vista. No caso disso não ser possível pense no parcelamento como um investimento também não deixando de pagar nenhuma parcela para não ter problemas com acúmulo de juros.
Cuidado com Compras de Menor Valor
Por mais surpreendente que pareça a armadilha mais perigosa para os adeptos das compras parceladas não são compras de produtos caros e sim os pequenos parcelamentos. O problema está no fato de que as pessoas que parcelam o valor da calça jeans da loja de fast fashion também parcelam os produtos da loja de cosméticos e a conta do supermercado do mês.
Todas essas parcelas, mesmo que de valores reduzidos, quando somadas geram um valor muito alto para pagar de uma só vez. Aí chega o momento em que o indivíduo resolve parcelar o pagamento da fatura do cartão de crédito sem se dar conta de que essa é outra armadilha. Os juros desses parcelamentos acabam superando demasiadamente o valor dos produtos se fossem pagos à vista. Logo, não funciona!
Atenção as Estratégias das Lojas
O principal desejo das lojas é vender e para isso vale quase tudo, uma das estratégias mais utilizadas é a de fixar dois preços diferentes para os produtos – o preço à vista e o preço parcelado a prazo. Por exemplo, um item da loja custa R$ 100,00 e tem duas formas de pagamento, a parcelada em até 10x de R$ 10,00 e a à vista em que a loja concede um desconto de 10% de maneira que o produto passa a custar R$ 90,00.
Nesse exemplo a melhor opção é pagar à vista, pois só vale a pena parcelar uma compra quando o valor parcelado for igual ao valor do pagamento à vista. Além disso, o consumidor deve avaliar o quanto é organizado para pagar as parcelas nos casos de não ter diferença de valores. Mesmo não tendo incidência de juros a compra parcelada ainda representa o risco de se tornar um gasto abstrato que faz o consumidor pensar que tem disponibilidade para gastar mais.
Compras Frequentes não se Parcelam
Para quem gosta de regras temos uma: ‘Tudo o que se compra com frequência jamais se parcela’. Por exemplo, todos os meses você precisa ir ao supermercado fazer compras de alimentos e produtos de limpeza, se parcelar essa compra num mês terá que pagar a parcela e a nova compra no mês seguinte. Não faz sentido acumular duas compras num único mês e de maneira geral com organização financeira não se tem necessidade desse tipo de parcelamento.
Cartão de Crédito pode Ser Aliado
O cartão de crédito adquiriu status de vilão das finanças nos últimos anos, no entanto, quando bem usado pode ser um aliado. Pode ser uma forma de manter o pagamento de todas as compras num único dia do mês, mas isso somente é válido para quem consegue se organizar para deixar o dinheiro rendendo durante o mês não deixando o pagamento da fatura atrasar.
Também vale dizer que cartão de crédito não deve ser visto como uma forma de pagamento mágica que faz com que o gasto não impacte na sua vida financeira. Ele apenas posterga o pagamento da compra para outro momento do mês. O que se deve entender é que com parcimônia não existe recurso financeiro que seja mau. O segredo está no bom sendo de como usar os recursos a seu favor.
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