Tipos de Inflação Existentes e Como Funciona
Antes de mais nada, é importante entendermos o que é a inflação e como ela afeta a economia. A inflação se caracteriza pelo aumento do valor cobrado por bens e serviços, afetando diretamente o poder de compra que a moeda tem. Para medir a inflação, usa-se o índice de preço, e o Brasil possui vários desses índices. No sistema de metas pra inflação, usa-se o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Principais Causas da Inflação
Vários fatores podem levar à inflação como, por exemplo:
• As pressões de custo
• As pressões de demanda
• As expectativas de inflação
• Inércia inflacionária
Quais São as Consequências da Inflação?
A inflação leva à muitas incertezas na economia, fazendo com que os investidores se sintam desestimulados e, dessa forma, atrapalhando o desenvolvimento econômico do país. As empresas acabam não tendo mais noção de preço relativo, causando uma distorção nos mesmos, e provocando, na economia, uma série de ineficiências. Dessa forma, não há como avaliar se um bem ou serviço está caro ou barato.
Como a maior parte da população é formada por pessoas com menor poder aquisitivo, eles acabam sendo os mais prejudicados com a inflação.
Outro ponto importante a se observar é que o aumento da inflação também eleva o custo da dívida pública, uma vez que as taxas de juros da dívida precisam, além de compensar o efeito da inflação, incluir um prêmio de risco que compense as incertezas inerentes à alta da inflação.
Tipos de Inflação
Confira abaixo as consequências da inflação nos vários agentes da economia:
• Sobre a distribuição de renda: nesse caso, o trabalhador é quem mais perde, pois os salários só passam por reajuste periodicamente, enquanto que os preços dos bens e serviços aumentam o ano todo, quase que todos os dias. Para garantirem o seu lucro, os empresários repassam os custos para o consumidor final, aumentando os preços dos bens e serviços. Em contrapartida, os profissionais liberais têm a chance de aumentar os preços dos seus honorários e os donos de imóveis ganham com a valorização das suas propriedades.
• Sobre as Expectativas dos Empresários: com inflação e medidas adotadas para combatê-la, como é o caso dos lucros dos empresários que ficam instáveis e a redução de crédito, por exemplo, a tendência é não haver uma perspectiva segura no longo prazo. Por esse motivo, os empresários diminuem os seus investimentos e agem com mais cuidado. Isso faz com que a capacidade produtiva sofra e acabe sendo comprometida, levando ao aumento do desemprego.
• Sobre a balança comercial: quando a inflação está alta, é uma tendência a elevação de preços de bens e serviços que são produzidos internamente. E isso acaba contribuindo para que os produtos importados sejam consumidos em maior escala. Como consequência, acaba causado o déficit na balança comercial. A elevação da taxação dessas mercadorias é a maneira que o governo tem de impedir que aconteça o desequilíbrio na balança comercial.
Tipos de Inflação e Como Funcionam
Existem vários tipos diferentes de inflação. Abaixo, listamos quais são eles e como cada um funciona. Continue lendo.
• Inflação inercial: ou inflação psicológica, como também é conhecida, é um tipo que não acontece, necessariamente, por uma baixa da oferta de mercadoria, ou pelo aumento da demanda. Essa inflação acontece quando a população em geral, por algum motivo, credita que os preços dos produtos continuarão subindo. A essa crença, dá-se o nome de indexação da economia. E quer dizer atrelar salários, preços, aluguéis, contratos, e etc., a certos índices usados para mensurar a inflação como, por exemplo:
1 – IPC Fipe (Índice de Preços ao Consumidor);
2 – INCC (Índice Nacional do Custo da Construção);
3 – IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado);
4 – IGP-M (Índice Geral dos Preços do Mercado);
5 – ICVM (Índice do Custo de Vida da Classe Média);
6 – INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
7 – IPA (Índice de Preços no Atacado);
8 – ICV (Índice do Custo de Vida);
9 – IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna),
10 – IPC (Índice de Preços ao Consumidor).
Ainda que existam muitos índices, eles apresentam apenas duas diferenças básicas. São elas:
• Bens e serviços presentes na cesta que estamos levando em consideração (em alguns casos, tentam refletir qual é a percepção dos consumidores. Em outros, procuram refletir a percepção de atacadistas).
• O período que o índice é considerado (Alguns levam em consideração do primeiro ao último dia do mês. Enquanto que outros consideram períodos entre outras datas).
A indexação da economia compreende o recurso usado quando a inflação acaba se tornando crônica em um certo país. Por meio da indexação de preços, de contratos, salários, aluguéis, acontece uma redução nas perdas provenientes de perda de valor da moeda.
O maior problema é que a inflação que passou, pode ser usada como parâmetro para uma elevação nos preços futuramente, ainda que as causas que levaram ao aumento dos preços não existam mais (aumento da demanda ou diminuição da oferta). Isso pode acabar causando uma retroalimentação da inflação, e causar o que se chama de tendência ao crescimento exponencial, levando a um processo hiperinflacionário. Isso aconteceu no Brasil em 1993, período em que a inflação atingiu 2,491% ao ano.
• Inflação de custos: é quando a demanda se mantém estável, porém, os custos de produção para os empresários aumentam. Alguns fatores podem levar à essa consequência, como o aumento no preço de insumos necessários para a produção, o aumento de salários, ou pode ser também pelo aumento no preço das fontes de energia.
Inflação de Custos
Quando acontece o aumento de custos de produção, e o empresário não pode repassar esses custos para o consumidor, ele acaba sofrendo um desestímulo para continuar produzindo determinado produto. Quando isso acontece, há uma diminuição na oferta do produto, pois a sua produção diminui, e a mercadoria fica mais escassa no mercado. Consequentemente, o seu preço também se eleva.
O combate à inflação de custos é um pouco mais complicado. Algumas alternativas seria procurar por insumos de produção e fontes de energia mais baratos, porém, nem sempre é possível encontrar; ou a redução na margem de lucro dos empresários, mas eles não costumam optar por essa alternativa.
• Inflação de demanda: esse tipo de inflação acontece quando, por um determinado motivo, os consumidores aumentam o consumo de produtos e serviços. Dessa forma, eles não vêm outra alternativa senão disputar com os demais consumidores as poucas unidades dos produtos à venda. E o pior é que, nesse caso, os preços dos produtos escassos são, geralmente, mais altos do que o normal. E é por isso que os preços aumentam, elevando, consequentemente, a inflação.
Inflação de Demanda
As maneiras de combater esse tipo de inflação são duas: aumentar a oferta de produtos ou reduzir a demanda. A questão é que, nem sempre é possível aumentar a oferta de uma hora para a outra. Sendo assim, a alternativa mais comum que o governo costuma adotar é diminuir a demanda.
• Inflação estrutural: é parecido com a inflação de custos. O que a provoca é a consequência da ineficácia da infraestrutura produtiva de uma dada economia, causando um endurecimento da oferta de produtos e serviços da estrutura econômica.
Confira abaixo a evolução da inflação, em décadas, no Brasil:
• Década de 1930 – – Com a Média Anual de 6%
• Década de 1940 – – Com a Média Anual de 12%
• Década de 1950 – – Com a Média Anual de 19%
• Década de 1960 – – Com a Média Anual de 40%
• Década de 1970 – – Apresentando uma Média Anual de 40%
• Década de 1980 –- Uma Média Anual de 330%
• Entre 1990 – e 1994 – Uma– Média Anual de 764%
• Entre 1995 –e 2000 – Uma– Média Anual de 8,6%
