É bastante comum ouvirmos as pessoas dizendo que dinheiro não compra a felicidade, uma “verdade” que nos vem sendo transmitida ao longo dos anos, uma cultura que questiona a legitimidade de se obter sucesso financeiro. Até podemos concordar com a idéia de que o dinheiro não possa comprar a tão sonhada felicidade, mas com certeza ele é um importante pré-requisito para ela, da mesma forma que o trabalho é um pré- requisito para a conquista do dinheiro. Profissionais ligados a ciência da economia, de modo geral, desejam que as pessoas conquistem dinheiro e felicidade, e não que apenas se transformem em pessoas muito ricas. Uma das bases dos economistas para caracterizar o comportamento de pessoas é através de suas escolhas e da sua expectativa quanto à utilidade esperada, ou seja, ao optar existe um desejo de que o resultado final ofereça a utilidade maior, na média.
Considerações Sobre Economia
Vale lembrar, neste contexto, que a economia se constrói basicamente sobre uma estrutura de utilidade, e o conceito de utilidade tem relação muito estreita com bem estar, benefício. Sendo assim é natural que, aos olhos dos economistas, a felicidade pode estar na aquisição de bens que nos são úteis, pois a teoria de consumo, em suas bases, tem relação estreita com o conceito de utilidade, utilitarismo. É correto dizer que à grosso modo, o que nos é útil proporciona uma sensação de satisfação, prazer e bem estar, e para os economistas este é o maior objetivo, a sua essência; oferecer aos consumidores diariamente um vasto leque de opções para que inúmeras pessoas possam alcançar o seu bem estar, que é fundamental para a felicidade do ser humano que vive uma eterna busca. Desta forma o bem estar e a felicidade estão intimamente ligados, e este bem estar pode ser alcançado através do consumo de bens, de acordo com a ciência econômica.
Diversas Fontes de Bem Estar
Obviamente, para tristeza da economia, o bem estar que produz felicidade, pode ser encontrado de diversas formas, não somente através do consumo de bens e produtos, mas no convívio com as pessoas, no encontro com amigos, ao lembrar-se de momentos felizes, ao ler um bom livro, ao contemplar a natureza, etc. Nestes casos obtemos felicidade sem investir dinheiro, portanto reiteramos a idéia de que o consumo que nos dá felicidade nem sempre representa gastos, consumimos a beleza da natureza, a presença dos amigos… Sendo assim a porta da felicidade não está atrelada ao comércio e nem ao consumismo desenfreado, o uso do dinheiro na obtenção da felicidade pode estar na alegria de desfrutar os prazeres da vida junto das pessoas que amamos, mas sem perder o foco na saúde, na qualidade de vida e especialmente no conceito de sustentabilidade.