A cada ano quando chega o mês de janeiro com as enxurradas de chuvas que são comuns nesta época, se repetem as mesmas tragédias em que milhares de casas geralmente em estado já precário acabam totalmente destruídas, inúmeras famílias ficam sem abrigo e muitas preciosas vidas se perdem em meio a esses tumultuados acontecimentos que enlutam o povo e enchem de tristeza uma das estações que deveria ser a mais alegre do ano. Sabemos que estas tragédias podem ser evitadas com políticas certas, mas que nunca são tomadas com seriedade e com a eficiência capaz de terminar com o assustador déficit habitacional que existe no país. Hoje o Brasil alcançou o equilíbrio econômico tendo encerrado o ano de 2009 com ótimos indicadores, mas ainda não se viu livre da triste marca de ser o país da América Latina que lidera no ranking de precariedade em termos de habitação.
Onde se Concentra o Déficit
É nas classes D e E onde se encontram os maiores problemas, classes estas onde a renda é de até três salários mínimos, sendo estas as camadas onde se concentra a maior falta de moradias. O direito de morar com dignidade se torna inviável para um grande contingente de brasileiros que não tem um emprego certo ou então estão trabalhando na informalidade e que por isso não tem acesso a algum tipo de crédito que viabilize a aquisição da casa própria.
Burocracia
A burocracia excessiva também acaba inviabilizando até mesmo que possam fazer um contrato de locação levando milhares de famílias para as periferias para morar em áreas invadidas, em barracos onde os riscos são enormes e inevitáveis. Muitos em piores condições vivem pelas ruas ou mesmo embaixo de pontes e, portanto medidas urgentes se tornam necessárias para resolver os problemas habitacionais.
O Que Vem Sendo Feito
Não se podem ignorar as medidas que o governo vem tomando para minimizar este déficit, não esqueça da isenção do IPI sobre os produtos da construção civil e ainda o Projeto Minha Casa Minha Vida cujo objetivo é facilitar as pessoas para que estas possam adquirir a casa própria e a previsão é de 1 milhão de moradias para pessoas de baixa renda. Temos também o Crediário Caixa Fácil onde é possível se fazer um financiamento de até R$ 10 mil em material para construção. Diante de tantas tragédias este parece ser o momento certo para inovar e porque não buscar os exemplos que já foram aplicados em outras partes do mundo? Na Ásia, os financiamentos para casa própria têm inadimplência bem abaixo da media o que mostra que existem políticas que além de relevantes socialmente são viáveis economicamente. O Brasil vem progredindo neste sentido, mas ainda há muito a ser feito.