Economia Solidária – Consumo Responsável

A Economia Solidária

A definição exata de “economia solidária” é algo próximo a junção das atividades econômicas, sejam elas de produção, de distribuição, de consumo, de poupança e / ou de crédito, organizadas de modo a alcançar a autogestão, ou seja, na manutenção e administração futura por seus próprios participantes, não contando com uma figura hierárquica ou superior, como a de um patrão por exemplo, mas sim de modo que todos os empregados possam participar das decisões da administração de maneira igualitária.

Dessa forma, esse tipo de economia necessita e incentiva práticas que vão além de somente o âmbito econômico, mas se enquadram também no âmbito social, e isso reflete na criação de cooperativas – que a associação de pessoas com interesses em comum visando objetivos e vantagens econômicos também comuns. -, clubes de troca – também conhecidos como escambo -, associações – que são aquelas organizações onde duas ou mais pessoas se unem legalmente visando um objetivo comum –, além de atividades para a produção de bens ou prestação de serviços, visando sempre um comércio justo  e o consumo solidário – sendo que esse último será melhor explicado mais abaixo.

A economia solidária diz respeito ainda sobre uma maneira de organizar os processos de produção, consumo e distribuição da renda, de modo que ela não fique centrada na valorização do capital em si, mas sim na valorização do ser humano, juntamente com suas habilidades e com suas necessidades, sendo o principal fator envolvido a igualdade.

Economia Solidária

Economia Solidária

Outros pontos que movem a economia solidária é a inclusão social e a geração de trabalho, que muitas vezes pode ser conhecida como uma corrente do bem, que une as pessoas responsáveis por produzir o bem, os que são responsáveis pela venda, pela troca e pela compra, e as palavras que norteiam a economia solidária são a democracia, a solidariedade, a cooperação, o respeito a natureza, o comércio justo, o consumo solidário e a autogestão, sendo que esses três últimos já foram brevemente apresentados anteriormente.

Esse tipo de economia faz com que o trabalho seja entendido como uma maneira de emancipação humana, que é basicamente um esforço para que se conquiste direitos de igualdade ou direitos políticos, criando assim uma alternativa ao que se considera relações de trabalho alienantes e assalariadas que fazem com que o crescimento do capitalismo aumente cada vez mais.

Como foi possível ser observado, a ideia de economia solidária não pode ser resumida a somente um âmbito, mas sim em um aspecto multidimensional, sendo que as principais dimensões envolvidas são as sociais, econômicas, ecológicas, políticas e culturais e isso acontece principalmente porque além da visão econômica – que acaba sendo a mais relacionada, como a geração de trabalho e de renda – todas as experiências acabam se refletindo em outros meios, principalmente no espaço público, já que a principal ideia é que se crie um ambiente e consequente uma sociedade mais justa e sustentável.

É importante deixar claro que a economia solidária não deve se confundir com a terminologia sociológica de terceiro setor, que tem como o objetivo substituir o Estado em suas obrigações legais, inibindo assim a emancipação dos trabalhadores como pessoas que tem seus próprios direitos. A economia solidária deseja somente reafirmar como cada agente social é importante e como eles podem trabalhar positivamente como sujeitos históricos.

Consumo Responsável

Como já foi apresentado anteriormente, o consumo é um dos vários importantes pilares que sustentam a economia solidária, e é a respeito disso que será falado agora.

O consumo responsável consiste basicamente na ideia de se adquirir produtos que sejam corretos em relação a ética, ou seja, que toda a sua elaboração e produção sejam baseados na não exploração, tanto de seres humanos, quanto de animais, e que também tenha os danos ao meio ambiente o mais reduzido possível. Assim, o consumo responsável e consciente pode ser realizado por meio de três principais formas, e elas serão apresentadas abaixo:

– Compras corretas: Esse tipo de compra favorece e incentiva a aquisição de produtos que sejam eticamente corretos, seguindo os princípios acima. Além disso é necessário que as negociações sejam sempre realizadas visando o bem dos envolvidos como um todo, e não apenas a satisfação dos interesses pessoais e próprios, mas sim perpetuando algum bem comum.

– Boicotes Morais: Essa outra forma anda juntamente com a que foi citada acima, deixando de realizar qualquer compra de empresas ou instituições que não sigam ideias compatíveis com as das compras corretas.

– Consumo sustentável: Essa é a última forma e ela se baseia no consumo ser feito de modo a interagir positivamente com o planeta. Os principais exemplos de produtos que fazem parte desse tipo de consumo são os alimentos orgânicos e os produtos recicláveis e / ou reutilizáveis.

Para que a implementação desses três meios de consumo responsável sejam de fato entendidas, as pessoas ligadas a essas causas defendem alguns tipos de hipóteses necessárias. A primeira é que se entenda de fato o efeito que uma compra possui, indo além somente do consumo, mas entendendo desde o ponto onde a matéria prima foi extraída e todos os impactos que a produção pode realizar nos seres vivos, até o seu ponto de distribuição e não ignorar tudo isso e pensar somente no consumidor e no interesse culminante.

Há também a hipótese de que é possível definir uma combinação fixa de padrões para qualquer tipo de consumo e isso faz com que a cooperação entre quem compra e quem vende se torne algo mais ético. E é nisso que se resume o comércio justo, que faz com que as pessoas contem com metas íntegras.

Por fim, há também a ideia de que uma escolha  em grupo não pode fazer com que todos os consumidores se privem de seus gostos particulares ou da necessidade de pagar um custo reduzido para algum tipo de comércio menos ético. Por isso, o principal objetivo é fazer com que além de tudo, o produto produzido também conte com um preço consideravelmente baixo, para que as pessoas não coloquem seus interesses acima de suas convicções.

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