Gigante da Construção Civil

O ano de 2016 foi um dos piores em termos de economia para o Brasil e um dos setores que sentiu o impacto com mais força foi o da construção civil. Antes da crise, que também é política, se instalar no país as empreiteiras e construtoras viviam um momento especialmente positivo. A construção civil era um dos setores que apresentava os melhores resultados de crescimento.

Gigante da Construção Civil

Gigante da Construção Civil

Contudo, fatores como o estouro da Operação Lava-Jato (que colocou muitas gigantes do setor em evidência por corrupção), desemprego, restrição de crédito, inadimplência e aumento dos juros fizeram com que a construção civil vivesse seu pior cenário em décadas. O baque que foi rápido não apresenta a mesma velocidade de recuperação e preocupa muitas empresas.

Situação Caótica

O setor de construção civil estava embalado num ritmo intenso que era facilmente escoado para pessoas que tinham acesso relativamente fácil a crédito. Porém, em algum momento a distribuição de crédito sem critérios cobra seu preço e o que se observou em apenas alguns meses de 2016 foi queda vertiginosa da venda de imóveis. Não tendo como escoar a produção as empresas do segmento de construção civil observaram prejuízos bastante alarmantes.

Além da questão propriamente econômica há a questão política, grandes empresas desse segmento como Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Engevix, Camargo Corrêa e Galvão Engenharia foram amplamente citadas na Operação Lava-Jato. A OAS assim como a Galvão Engenharia estão em processo de recuperação judicial. As demais construtoras da lista estavam tocando projetos de diferentes setores como de construção civil, saneamento, indústria naval entre outros e com a mácula deixada pela investigação criminal viram seu caixa secar.

O Peso da Lava-Jato

Certamente a deflagração da operação Lava-Jato teve grande peso para o encolhimento das gigantes da construção civil nos últimos anos. Empresas que antes faziam lances bastante ousados e detinham uma série de obras do Governo agora se veem fora das principais disputas e lutando para sobreviver a essa crise que além de econômica é de imagem.


Como as Gigantes Estão Reagindo

As revelações feitas em delações premiadas de funcionários do alto escalão das empresas tem afetado diretamente o caixa das construtoras e empreiteiras. Algumas como Odebrecht (empresa que se tornou símbolo da corrupção no setor) e Engevix estão tentando vender seus ativos numa tentativa de ter fôlego econômico. Empresas que se viram numa situação mais extrema e sem possibilidade de conseguir respirar optaram pela recuperação judicial além de OAS e Galvão estão nesse processo também Schahin e Mendes Júnior.

Queda de Empregos no Setor

Se as gigantes da construção civil vivem uma crise sem precedentes o setor como um todo é afetado. Quem trabalha nesse segmento vive na insegurança de manter o seu emprego ou vive o pesadelo de uma demissão. Para se ter uma ideia a OAS contava com um quadro de 120 mil funcionários antes da Lava-Jato e agora tem apenas 35 mil.

As delações e as descobertas constantes de esquemas corruptos tem feito com que as empresas desse segmento se retraiam e as demissões são inevitáveis. Estima-se que num período de 2 anos o setor de construção civil perdeu cerca de 1,08 milhão de postos de trabalho. A crise como um todo fez com que o setor encolhesse e assim não se tem a necessidade de construir em larga escala o que gera ainda mais desemprego no setor.

Economia no Setor de Construção Civil

O peso da corrupção foi muito forte para o setor da economia brasileira que se mostrava mais positivo há alguns anos. O encolhimento das gigantes do setor teve um grande impacto na economia do país, pois o mau desempenho do PIB da construção civil (com redução de cerca de 5,2% em 2016 em relação a 2015) rebaixaram ainda mais o PIB do país. Contudo, é essencial que se diga que a operação Lava-Jato é apenas um dos fatores que contribuiu para essa crise não sendo o único. A crise da economia foi um dos motivos pelos quais se teve essa queda no setor.

Abrindo o Setor

Um ponto que podemos incluir no balanço positivo da crise envolvendo as gigantes da construção civil do Brasil é a abertura desse mercado. Antes das obras do Governo estavam nas mãos de um verdadeiro cartel de empresas que sorteava entre si quem ficaria com cada obra. Estando as envolvidas na Lava-Jato distantes da competição das licitações outras empresas do segmento podem entrar na disputa. O mercado está aberto para empresas de médio porte nacionais e empresas multinacionais que desejem se estabelecer no Brasil.

Recuperação?

Os economistas são bastante positivos em relação a recuperação do setor, mas advertem que pode demorar mais do que o esperado. Acredita-se que o setor da construção civil já viveu seu pior momento na crise e que agora está se iniciando um novo ciclo. Se antes o crescimento das empreiteiras e construtoras se fundamentou no setor imobiliário agora deve focar no setor de infraestrutura, pois as pessoas em geral ainda não estão podendo investir em imóveis.

O setor de infraestrutura tem um crescimento bem mais lento o que pode tornar a recuperação distante. Os especialistas apontam também que as empresas envolvidas no escândalos de corrupção provavelmente não sairão do mercado, mas terão que passar e apresentar uma grande reformulação em suas cúpulas. Além disso, a experiência da Operação Lava-Jato pode contribuir para que a fiscalização da qualidade e transparência nesse setor sejam intensificados.

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Categoria(s) do artigo:
Governo

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