Câmbio Atrelado: O Que é e Como Funciona?

O câmbio atrelado, também conhecido como banda cambial, é um regime formado pelo câmbio fixo e o câmbio flutuante. Nele, a taxa de câmbio sofre variação todos os dias dentro de bandas que o governo determina. Para que o preço da moeda seja mantido atrelado dentro de bandas determinadas, é necessário que haja uma forte intervenção do Banco Central. 

O funcionamento do regime de câmbio atrelado exige que o Banco Central tenha reservas internacionais satisfatórias para conseguir manter a compra e a venda de moeda, ainda que aconteça uma situação de crise.  

Porém, esse controle é um tanto complicado, ainda que seja um país com a economia mais forte. O regime de câmbio atrelado ao dólar foi adotado no Brasil entre os anos de 1995 e 1998. 

Abaixo, nós detalhamos um pouco sobre o que significa o câmbio fixo e o câmbio flutuante. Confira! 

Câmbio Fixo 

O câmbio fixo é o que acontece quando é o governo quem fixa o valor da moeda estrangeira, que normalmente é o dólar. Sendo assim, a moeda nacional fica tendo um valor fixo em relação a moeda-lastro. 

O câmbio fixo apresenta a vantagem de facilitar o controle sobre a inflação. Esse é, inclusive, o principal argumento usado por seus defensores. Quando o valor de uma moeda é indexado a um ativo de maior estabilidade, a possibilidade de a moeda perder valor é bem menor. 

Câmbio Fixo  e Flutuante

Câmbio Fixo 
e Flutuante

Porém, é difícil uma que uma política de câmbio fixo se mantenha por muito tempo, uma vez que ela pode provocar problemas no comércio global e situações que a economia não tem condições de suportar. 

É por esse motivo que vários economistas aconselham que essa medida seja usada somente em situações extremas, e de forma temporária. 

A sua maior desvantagem é a possibilidade de poder causar excesso de valorização da moeda nacional, provocando a redução das exportações e o aumento das importações, caso a moeda estrangeira permaneça desvalorizada. Ou seja, um verdadeiro desequilíbrio na balança comercial, bem como no comércio exterior como um todo, que é praticado no país. 

E esse quadro pode se agravar se a economia do país depender muito das exportações. Dessa forma, se o câmbio for fixado em valores muito baixos, pode fazer com que as exportações fiquem insustentáveis, causando sérios problemas para as empresas, inclusive o fechamento das mesmas e, consequentemente, muitas demissões. 

Do contrário, se o câmbio for altamente depreciado, acaba causando problemas para as importações. 

Câmbio Fixo no Brasil 

Durante a época do Plano Real no Brasil, para que a inflação pudesse ser contida, o câmbio foi fixado por um pequeno período. Essa ação foi necessária pois, na ocasião, a economia do país estava um verdadeiro caos.  

A situação era de hiperinflação. Diante disso, percebe-se que a adoção do câmbio fixo naquele momento foi a solução, e conseguiu alcançar o objetivo final. Pois, se comparamos a inflação de hoje com a inflação daquele momento, percebemos a enorme diferença. 

Com o passar do tempo, o câmbio foi ficando cada vez mais livre, até chegar ao estado atual. 

A maior parte dos especialistas prefere a liberdade cambial, de maneira que o câmbio seria ajustado e forma natural, de forma sustentável e que não impactasse nos negócios. 

À medida com que a economia vai ficando melhor e mais desenvolvida, o câmbio vai de apreciando, fazendo com que o valor do dólar caia quando comparado com o valor do real. Quando essa situação acontece de forma natural, e no decorrer do tempo, ela não costuma atrapalhar o comércio exterior. 

Alguns países costumam usar o câmbio fixo como uma forma de se beneficiar no comércio, depreciando a sua moeda, para que as exportações aumentem. 

Câmbio Flutuante 

Câmbio Flutuante 

Câmbio Flutuante

Nesse regime, o mercado é responsável por estabelecer valores das taxas de câmbio, em um processo conhecido como lei da oferta e da procura. É possível que, nesse sistema, aconteçam maiores variações nas taxas de câmbio em pequenos intervalos de tempo. 

A principal vantagem dessa política é o que dissemos sobre as taxas de câmbio serem reguladas pelo próprio mercado sem que, para isso, aconteçam variações cambiais na economia. Dessa forma, como é um sistema livre, o que irá estabelecer o valor de uma unidade monetária com relação a outra é a interação que acontece entre os agentes de mercado. 

No câmbio flutuante, o valor do câmbio se modifica constantemente, variando para cima e para baixo. Como o mercado de câmbio é, de certa forma, livre, nesse regime, onde acontecem muitas transações o tempo todo, alguns fatores podem influenciar de alguma forma o valor de uma moeda. Dentre esses fatores estão: 

• Como está a atratividade da economia do país para os investidores; 

 O nível das exportações e das importações; 

 Como está a situação econômica do país, levando em conta fatores como renda, inflação e nível de emprego, por exemplo; 

 Política monetária e fiscal dos países; 

 Como é o fluxo de imigrantes, de turistas e de pessoas que residem fora do país, 

 E as taxas de juros interna (do próprio país) e externa (de outros países). 

A maioria dos especialistas defende o regime de câmbio flutuante. Como, nesse caso, o câmbio acaba se ajustando sozinho, ele contribui para que o país não sofra impacto de crises estrangeiras e nem de especulações. Além do mais, o câmbio flutuante também impede que reservas internacionais sejam queimadas e permite que os bancos centrais promovam políticas monetárias. 

Em momentos de variação extrema, o Banco Central pode ser obrigado a intervir no mercado de câmbio flutuante. É o que acontece no Brasil atualmente. Assim, esse regime passa a ser chamado de “câmbio flutuante sujo”. Ele acontece da seguinte forma: o câmbio flutuante permanece operando no mercado de forma livre. Porém, se o valor da moeda sofrer uma alteração exagerada e inesperada, o Banco Central interfere.  

Mas é somente em situações pontuais. Ele atua vendendo ou comprando reservas. Com isso, ela espera fazer com que o valor da moeda se estabilize, trabalhando para que o câmbio permaneça em um nível razoável. 

Câmbio Atrelado ou Banda Cambial 

No regime de câmbio atrelado, a autoridade monetária, que o Banco Central no caso do Brasil, permite que as taxas de câmbio sofram variações, mas sempre em um determinado limite. Nesse caso, ele determina o valor mínimo e o valor máximo permitidos. O intervalo entre esses valores recebe o nome de banda cambial.  

O Banco Central intervém à medida com que as taxas de câmbio saem desses valores pré-definidos, comprando ou vendendo a moeda estrangeira. Dessa forma, ele consegue fazer com que a taxa fique dentro do intervalo definido. 

O Brasil adotou o câmbio flutuante desde 1999, em meio ao segundo mandato do presidente FHC. Porém, o Banco Central interfere constantemente no mercado de câmbio, para impedir a valorização e a desvalorização excessivas da moeda estrangeira. 

Bandas Cambiais

Bandas Cambiais

As vantagens do câmbio flutuante são: permite a mudança da banda de tempo em tempo, conforme a situação econômica interna e externa no país, para acompanhar quais são necessidades do mercado de câmbio. Além do mais, também permite uma variação cambial, sem valorização ou desvalorização exagerada, tornando o mercado financeiro mais previsível. 

Quanto à desvantagem, o regime de câmbio flutuante pode tornar a política cambial artificial, trazendo problemas para os agentes econômicos do país

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Categoria(s) do artigo:
Câmbio

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