A Economia Feudal

O Feudalismo

O feudalismo foi uma maneira de organização social e política que se baseava em relações servis, ou seja, relações entre servos e pessoas superiores. Esse sistema de organização se originou mais ou menos na época em que o Império Romano – período após a república da Roma Antiga que tinha um governo autocrata e rígido – estava em queda e se manteve predominante por toda Europa ao longo da Idade Média.

O feudalismo foi precedido pelo nomadismo, que era a prática das pessoas que não possuíam uma habitação fixa, ou seja, os nômades, e sucedido pelo capitalismo, que é o sistema sob o qual vivemos até os dias de hoje, onde a economia é tida em cima de propriedade privada e da operação de negócios sempre visando lucro.

As principais características do sistema feudal são a ideia do poder não estar centralizado, uma economia onde não havia moedas e nem o capitalismo como conhecemos hoje, mas existia somente as noções de troca de itens e de produtos, e não de dinheiro, e além disso, toda essa economia era baseada no trabalho servil, que é onde uma pessoa – conhecida como vassalo – oferecia ao seu senhor – também conhecida como suserano – sua força de trabalho e sua fidelidade, isso em troca de proteção e de um local em suas terras para que pudesse produzir. Vale ressaltar que toda a agricultura do sistema feudal é somente para a subsistência, e não para ideias e venda e de lucro.

A sociedade Feudal era constituída por três estamentos, ou seja, três grupos sociais, mas que possuíam uma considerável dificuldade de alteração, sendo praticamente fixos. Esses três estamentos eram a nobreza, o clero e os servis e mais detalhes sobre cada um deles serão apresentados logo abaixo. O que determinava aonde nesses três estamentos uma pessoa se encontraria era o seu próprio nascimento, porém, a baixa mobilidade social que existia podia fazer com que acontecessem algumas alterações, como por exemplo, alguns camponeses podiam acabar passando a integrar a classe do clero, caso optassem por se tornarem padres. Porém, ainda assim eles fariam parte de uma parte mais inferior dessa classe, chamada baixo clero.

Já a mobilidade mais radical, como por exemplo a de um servo para a nobreza, era praticamente impossível e isso raramente aconteceria. Outro ponto relevante é que além da existência da relação servil, que foi brevemente apresentada acima, onde basicamente um nobre era responsável por dar proteção e um feudo – que era um pedaço de terra produtivo e onde ele poderia também construir sua moradia e de sua família – em troca de sua força de trabalho e de sua lealdade e fidelidade, também haviam as relações de suserania, onde um nobre doava um feudo para outro nobre.

A nobreza era a classe social que tinha como maior e mais relevante função participar de guerras e demonstrar autoridade política acima das outras classes. Essa classe, que era composta pelos senhores feudais, recebiam terras do poder absoluto – que era o Rei – e jurava a ele ajuda no aspecto militar.

Já o clero era a classe social que tinha o papel oficial de rezar e de fazer orações, porém, por trás disso, as pessoas que faziam parte desse estamento exerciam uma forte influência política, já que toda a sociedade da época era altamente religiosa e assim, ficava praticamente impossível separar e distinguir a religião e a política. Outra coisa que o clero fazia quase que secretamente, era fazer com que a ordem do feudo e da região como um todo fosse mantida, isso por meio da justificação com argumentos e religiosos e pela persuasão de maneira geral. Eles eram os principais responsáveis para que não ocorressem revoltas e revoluções por parte dos camponeses.

Os servos eram as pessoas que mais compunham a população camponesa, que eram as pessoas que sofriam uma grande exploração, que eram totalmente dependentes das terras que lhes eram disponibilizadas e que eram obrigados a prestar serviços a um nobre, além de dar a eles vários tributos, tudo isso para receber em troca a permissão para utilizar uma porção de terra e para serem protegidos. Ainda que totalmente precária, a situação dos servos não pode ser classificada como escravidão, já que existia um processo de juramentos.

Ilustração Com Três Camponesas

Ilustração Com Três Camponesas

Havia por fim os homens livres, que era uma classe um pouco mais especial, mas que era separada do clero, dos servos e da nobreza, ou seja, não tinham imensos poderes mas também não estavam sujeitos a servidão. Os homens livres na maioria das vezes eram os donos de alguns direitos imobiliários e por isso passavam a ter vários privilégios, como, por exemplo, a isenção de alguns tributos, a permissão para participar de alguns tribunais e de se alistar para o militarismo, a possibilidade de possuir servos e de administrar alguns feudos, o direito a justiça da nobreza, entre outras coisas.

A Economia Feudal

A produção feudalista no ocidente se resume basicamente na economia agrária, onde havia pouca – ou quase nenhuma – circulação de moedas, e que era autossuficiente. Como a principal fonte de riqueza eram as terras, elas eram pertencentes a camada mais privilegiada e rica daquele sistema de estamentos, que eram os senhores feudais e as pessoas pertencentes ao alto clero. A renda per capita daquela época era estimada em algo muito baixo, que é próximo ao que entendemos hoje como o mínimo para que haja a sobrevivência.

Economia Feudal

Economia Feudal

A unidade econômica mais relevante daquela época eram os feudos, que dividiam-se em três principais partes diferentes, sendo a primeira delas o domínio – ou manso senhorial – que era basicamente a propriedade individual do senhor feudal, que contava com um castelo e um forte. A segunda, era o manso servil, que era aparte que os camponeses dividiam por meio de porções denominadas de tenências e por fim o manso comunal, que era a parte do terreno onde se encontravam as partes de terra coletivas e comuns, como é o caso dos bosques e dos pastos. O manso comunal era utilizado tanto pelos camponeses, quanto pelos senhores feudais.

Como a ideia da produção nesse período do feudalismo se dava apenas pela sobrevivência, nenhum dos servos via necessidade de otimizar a produção, investir em coisas mais tecnológicas, ou coisas do tipo, já que, além de que o que era produzido já era minimamente para a manutenção de sua família, tudo o que era excedente era tomado pelo senhor feudal. Por isso, nessa época houve um baixíssimo desenvolvimento tecnológico no que diz respeito a produtividade, sendo que o máximo utilizado nessa época eram técnicas para manter o solo fértil, evitando seu esgotamento, como por exemplo a rotação de culturas.

Nessa época existiam muitos tributos que eram cobrados nas mais diferentes situações. Os principais eram:

– A talha, que era uma parte da produção (cerca de um terço) que os camponeses deveriam entregar aos senhores feudais.

– A banalidade, que era um imposto cobrado pela utilização de instrumentos e / ou ferramentas do feudo, como forno, moinho, pontes, estadas, etc.

– A corveia, que era a realização de trabalho na terra do senhor feudal algumas vezes durante a semana.

– O dízimo, que era a porcentagem (cerca de dez por cento) que os servos deveriam pagar para a Igreja, para que a mesma pudesse ser mantida.

– A capitação, que era um imposto pago correspondente a cada pessoa de uma família.

– A taxa de justiça, que deveria ser paga quando os servos fossem julgados no tribunal.

– A mão morta, que era paga para que uma pessoa pudesse continuar no feudo de sua família, caso seu pai ou sua mãe viessem a morrer.

– A albergagem, que era a obrigação que os camponeses tinham de abrigar os nobres caso em alguma situação fosse necessário.

– Formariage, que é o tributo que o servo deveria pagar caso algum nobre fosse se casar, para ajudar em todo o casamento.

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