Ao que tudo indica uma combinação de crise internacional com um forte crescimento econômico interno trouxe para o comércio exterior do país, conseqüências negativas e em vista disso é que este ano teremos o pior saldo comercial do governo Lula.
Navegando em céu de Brigadeiro
A verdade é que até o mês passado tínhamos como resultado de exportações menos importações um saldo de US$ 14,9 bilhões, um valor que supera em um valor que se aproxima de US$ 2 bilhões o melhor desempenho do antigo governo que foi alcançado no ano de 2002. O atual governo ficou muito perto de conseguir encerrar oito anos de mandato somente navegando em céu de brigadeiro bem ao contrario de Fernando Henrique Cardoso que teve de enfrentar quatro grandes crises internacionais seguidas.
O governo atual contou com ventos favoráveis e com isso em 2006 teve recorde em saldo comercial e em 2008 foi a vez de recorde em exportações. Entretanto o cenário dos negócios externos mudou com o impacto da crise financeira mundial e conseqüente desvalorização do dólar.
Importações Disparam
Aqui no Brasil os altos juros contribuíram para que o real fosse ainda mais valorizado. Isso aliado ao consumo interno houve uma disparada nas importações. Do mês de janeiro até a terceira semana de dezembro as compras atingiram o valor de R$ 176 bilhões. Faltando apenas uma semana para o final do ano a equipe econômica ainda mantém as esperanças de bater recorde nas exportações.
Até agora o valor mais alto atingido foi em 2008 com US$ 198 bilhões. A expectativa era de que esse ano o valor alcançasse neste ano R$ 195 bilhões. Welber Barral que é o secretário de Comércio Exterior ainda acredita que isso possa acontecer, pois segundo ele qualquer embarque de uma grande empresa pode mudar o quadro nesses poucos dias que faltam para terminar 2010.
Entraves não Foram Resolvidos
De acordo com Barral ao fazer um balanço dos últimos 8 anos admitiu que alguns dos entraves que existiam para as exportações não foram solucionados pelo atual governo. Entre estes entraves ele deu destaque aos investimentos em logística que segundo ele não acompanharam o crescimento das exportações.
Devido a essa falha os empresários continuam enfrentando problemas como os custos elevados de frete o que reduz a competitividade externa para os produtos brasileiros. A luta com a Receita Federal que demora muito na liberação dos créditos tributários é o segundo problema enfrentado. Mesmo se alcançassem um resultado melhor nas exportações isso ainda não agradaria os empresários.
Neste ano cresceram ainda as vendas externas de commodities que tiveram ajuda com a escalada de preços. Já os produtos manufaturados tiveram queda de vendas. Segundo especialistas em comercio exterior, piorou a qualidade da pauta de exportações.