Segundo as palavras do Ministro da Fazenda Guido Mantega, a economia brasileira não corre mais o risco de ficar superaquecida e isso se deve a medidas que o governo tomou recentemente e também a crise desencadeada nos países da União Européia. Essa é uma afirmação que se torna ainda mais importante na medida em que faltam poucos dias para a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM). Em Xangai onde se reuniu com empresários brasileiros e chineses Guido Mantega declarou em entrevista coletiva que a economia brasileira dá sinais de desaceleração o que é muito importante neste momento em que começam a existir temores da volta da inflação.
Elevação da Taxa de Juros
Ainda de acordo com o ministro, quando as taxas de juros foram aumentadas o COPOM estava com vistas na economia dos seis meses seguintes, tendo assim feito o trabalho com o pressuposto de análises de crescimento de 6% a 8%, em especial pessoas que trabalham com o mercado financeiro que se animam com um crescimento da economia a taxas elevadas. Mas a realidade está mostrando que a economia já vem desacelerando e isso não são suposições, pelo contrário, os indicadores dessa desaceleração são bastante concretos.
Objetivo do Aumento da Taxa
No final do mês de abril, quando da ultima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, esse comitê determinou a elevação da taxa de juros em 0,75% com o claro objetivo de dar uma esfriada na economia brasileira e assim diminuir a pressão inflacionária que se anunciava. Analistas de mercado, na ocasião questionaram o fato de que o aumento já deveria ter acontecido antes como forma de evitar o superaquecimento. O ministro foi questionado ainda sobre a possibilidade do aumento de juros desacelerarem a economia brasileira mais do que o desejado para este ano, entretanto Mantega considerou que quem deve fazer esta análise é o Banco Central.
Sinai de Desaceleração
Como sinais de que a economia está se desaquecendo, o ministro Guido Mantega citou a desaceleração da produção industrial e do consumo, o que na prática mostra que o país está retornando a um curso sustentável e normal que é de um crescimento em torno de 5,5% a 6% até o final do ano.
Causas da Retração do Crescimento
Para Mantega essa desaceleração teve origem na suspensão dos estímulos, na reestruturação de tributos, no corte de R$ 10 bilhões de reais feito nos gastos do governo e também devido ao fato dos compulsórios dos bancos terem aumentado. Também contribuiu para essa retração, a crise da União Européia que como conseqüência diminuiu a oferta de crédito para a economia do Brasil. Neste momento ninguém quer uma economia crescendo a 10% e prece que as coisas se encaminham para que isso não aconteça.