O Polêmico Livro “A Privataria Tucana”

O livro denominado “A privataria tucana”, de autoria do jornalista brasileiro Amaury Ribeiro Júnior, foi lançado em 2011, causando grande alarde na mídia em todo o país. Já no título do livro, temos algumas indicações a respeito dos assuntos polêmicos que serão abordados: a “privataria” – neologismo criado pelo jornalista Elio Gaspari e que envolve e relaciona as palavras privatização e pirataria – e “tucana”, referente ao tucano, símbolo do partido político Partido da Social Democracia Brasileira – o PSDB.

Resultado das investigações de Amaury Ribeiro Jr., especializado no considerado “jornalismo investigativo”, o livro é decorrente de uma longa pesquisa de 12 anos. A sua tarefa foi de trazer a público o suposto esquema de corrupção envolvendo as gestões de governo de Fernando Henrique Cardoso (que duraram de 1995 até 2002) em relação às privatizações que ocorreram no período.

As denúncias sobre estes supostos esquemas envolvendo as privatizações (que envolvem elevados valores de dinheiro público, uma vez que se referem à venda de empresas e instituições do Estado que passam pertencer ao setor privado, por isto também recebe o nome de “desestatização”) fizeram com que o livro rapidamente entrasse para a lista de obras mais vendidas, e lá se mantivesse.

Tais acusações também geraram a ira do Partido atingido que, por meio de sua executiva nacional, chegou a informar que processaria o autor do livro pelas informações nele contidas e também gerou declarações de repúdio feitas por José Serra e por Fernando Henrique Cardoso, que supostamente estariam envolvidos nos esquemas denunciados.

A principal figura no foco do livro é, justamente, a de José Serra, bem como de pessoas próximas a seu círculo de convivência política – chegando a atingir até a própria filha de Serra, Verônica Serra – que teria sido beneficiada nos processos de privatizações realizados pelo governo do Partido da Social Democracia Brasileira.

As informações que Amaury apresenta também trazem documentos que serviriam como provas para os favorecimentos que ocorreram através destes processos, fundamentando as suas acusações.

As informações trazidas pelo jornalista em sua obra resultaram em medidas práticas relevantes. No final do mesmo ano do lançamento do livro, em 2011, foi protocolada na câmara dos Deputados no Congresso Nacional, pelo deputado Protógenes Queiroz, um pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar justamente as acusações presentes em “A Privataria Tucana”, apurando os procedimentos que levaram às privatizações durante ambos os governos de Fernando Henrique.

Apesar da aparente contribuição que o autor trouxe, reunindo informações para apurar os esquemas de corrupção e trazendo documentos para tal, Amaury foi acusado de quebra de sigilo fiscal e bancário de políticos pertencentes ao PSDB e de seus parentes para apurar o envolvimento destes nos procedimentos investigados pelo autor.

Para ler uma entrevista publicada do autor do livro: http://www.cartacapital.com.br/politica/a-%E2%80%9Cprivataria-tucana%E2%80%9D-de-amaury-ribeiro-jr-chega-as-bancas-cartacapital-relata-o-que-ha-no-livro/

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Categoria(s) do artigo:
Governo

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