Economia da Espanha na Crise Mundial

A Espanha está entre as nações que mais sofreram com os efeitos da crise atual, já medida como pior do que a ocorrida no Crack de 29, principalmente por causa das baixas no desemprego que mantém o país improdutivo e cheio de dívidas para pagar ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Conheça um pouco mais sobre a crise econômica espanhola.

Desemprego em Alta em Território Espanhol

Os índices apontam para piora a longo prazo. Um dos relatórios mais respeitados na Europa, conhecido como OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – aponta que o crescimento não deve ultrapassar a casa de um por cento ao final do ano.

Estimativas apontam que a taxa de desemprego na Espanha da atualidade está entre 20% e 30%, número recorde que não acontecida desde a crise dos anos oitenta do século XX. O estudo da OCDE resume-se a pouco crescimento econômico não somente em território espanhol, como também nos principais países do velho continente.

Corte na Geração de Empregos Públicos

Especialistas apontam que os governantes, no intuito de sanar dívidas públicas, cortaram a geração de empregos públicos. Interessante notar que desde 2007, as contas da previdência estão sentindo bastante, sendo uma das principais preocupações dos governantes atuais, visto que quase trezentos mil contribuintes não estão contribuindo, número equivalente a treze por cento do total de contribuintes. Foi neste ano que os efeitos da crise começaram a surgir na Espanha.

Imigração dos Trabalhadores na Espanha

O INE afirma que existe maior número de trabalhadores saindo do território espanhol do que entrando para trabalhar. Até a metade de 2012, são quase seiscentos mil saídas contra quatrocentas e cinquenta mil entradas, sendo pelo menos trinta mil de trabalhadores espanhóis. Informações governamentais atestam que a situação deve durar pelo menos até o ano de 2020. De certa forma, a segunda década do século XXI.

Imigrantes Ilegais Dentro da Espanha

Este representa um dos grandes problemas do mercado de trabalho espanhol na atualidade. São quase seis milhões de imigrantes trabalhando dentro do país, sendo boa parte exercendo itinerário de forma não oficial e deixando de pagar os tributos ao governo, que precisa arrecadar bastante para sanar a dívida pública que coloca os espanhóis como sendo inferiores entre as nações mais ricas do mundo.

Porém, os governantes esperam que exista uma massa de trabalhadores ilegais regressando do país, visto que, na atualidade, a Espanha sofre uma das maiores crises de sua história econômica da modernidade e não tem emprego mesmo aos cidadãos espanhóis, jovens ou experientes. Interessante notar que o próprio governo implantou programas para que aconteça regresso legal, quase cinquenta mil pessoas foram beneficiadas com as medidas.

É possível afirmar que na Espanha atual, existem quase trinta milhões de desempregados, cuja maioria está na faixa das idades jovens que correm sério risco de ficarem traumatizadas pelo resto da vida em consequência da falta do emprego formal no país.

Os espanhóis chegaram a estar entre as cinco maiores economias do planeta Terra. Na atualidade, se encontra apenas na quadragésima quinta posição no cenário geral. A média do desemprego no primeiro semestre de 2012 foi de 23%. A crise espanhola já fez fechar diversas empresas que receberam dinheiro do governo para ficarem abertas e por consequência, gerarem empregos aos cidadãos. A construção civil está entre as áreas mais afetadas. Quando este setor fica interrompido, significa que o país não está crescendo em infraestrutura.

Desastre na Economia de Villacañas

A população olha com olhos tristes para a famosa estátua de operário que homenageia os trabalhadores de Villacañas, cidade situada a quase duzentos quilômetros de Madri. No início do século XXI, a região era destaque na geração de emprego não somente na Espanha, como também entre outras grandes nações da Europa.

Na atualidade, vive um cenário de incerteza quanto à vitalidade econômica da população local. As obras estão paradas, restaurantes fechados e pontos turísticos vazios quase que por completo. Exportação de ouro e a fabricação de portas de madeiras são as duas atividades com maior índice na geração de emprego.

Os números não mentem: De oito mil trabalhadores ativos da época, metade está desempregada, sendo que os outros quatro mil receberam diminuição do salário e alto risco de despedimento futuro, caso a exportação não melhore. O consumo interno da cidade, por consequência, também fica afetado. De fato, a cidade está parada!

A regressão na média salarial de Villacañas foi equivalente a setenta por cento, fator que vai à maré contrária dos altos índices de inflação que fazem parte da economia espanhola desde 2007, ano no qual eclodiu a crise econômica mundial. Trabalhadores afirmam que trabalharam por mais de quinze anos consecutivos antes de serem despedidos. Grande parte recebe o seguro-desemprego, assim como ¼ da população espanhola.

Queda na Bolsa Europeia e Espanha

Há tempos as bolsas europeias apresentam fortes quedas em consequência de economias como a espanhola, grega e portuguesa. Na última semana de setembro do ano de 2012, o índice Stoxx Europe 600 ficou com média de baixa equivalente a 1,8%.

As incertezas da Espanha estão relacionadas com as atividades relacionadas com programas de ajuda integral aos investidores. Vale adicionar também como causa, os protestos que seguiram pontuais, em frente ao Parlamento, pela reivindicação por mais emprego e menos inflação e contra as medidas de austeridade promovidas por Madri. Foram contabilizados 64 feridos e 38 pessoas foram encaminhadas à prisão.

Na Grécia, os próprios sindicatos organizaram uma greve geral entre diversas classes da sociedade em consequência da austeridade de Atenas, que apresentou novo plano orçamentário com diversos cortes no intuito de impulsionar a arrecadação dos impostos, equivalentes a quase quatorze bilhões de euros.

No aspecto da macroeconomia, as notícias também não foram favoráveis ao extremo. Mesmo os Estados Unidos contaram com recuo no mês de agosto de 2012 no setor de vendas de novas residências, causando a frustração dos economistas que previam a alta, afirma o Departamento de Comércio dos EUA.

A Bolsa de Madri sofre com as diversas circunstâncias que evidenciam os sinais da crise. Enquanto aguarda a efetivação do orçamento para 2013, bate recordes de quedas que deixam até mesmo os esperançosos com desânimo em investir nas ações espanholas.

Por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Governo

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