Ironia do destino: no século XIX o Brasil vivia sob as asas do Império Britânico. Historiadores afirmam que inclusive a Guerra do Paraguai teria ocorrido por pressão da Inglaterra, grande potência econômica e política da época. Bancos e empresas inglesas financiavam investimentos no Brasil e eram credores para o próprio Estado. Hoje, o país que já foi quase uma colônia britânica está à frente dos ingleses na economia.
Isso porque no final do ano passado um instituto de pesquisa britânico classificou o Brasil como a sexta economia mundial, ultrapassando a Grã-Bretanha. Os cinco primeiros colocados ainda são os Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França. Os ingleses caíram para o sétimo lugar.
Segundo o diretor do instituto que publicou a pesquisa, os países que produzem bens de primeira necessidade, como alimentos e energia (coisas que o Brasil tem de sobra), têm um bom desempenho e conseguem crescer na classificação econômica.
Como o Brasil Poderá Se Beneficiar Da Crise
Em meio a tempestade, todos buscam um lugar alto e coberto, longe das enchentes para se abrigar. Em momentos de crise não é diferente. Com a Europa (mais especificamente a Zona do Euro) e os Estados Unidos em crise, o porto seguro são os países “em desenvolvimento”, como eles gostam de chamar. Os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) parecem montanhas: estão livres do dilúvio da crise econômica.
Se os EUA e a Europa nadam para sair da crise, o Brasil pode aproveitar para surfar nela. Os investidores internacionais buscam economias sólidas e com um bom retorno através dos juros. O Brasil cumpre perfeitamente as condições, pois além de se manter estável e crescendo durante a crise, as taxas de juros proporcionam um bom retorno aos investidores.
Brasil: Sexta Economia Do Mundo
Ainda, com a economia estável, o país pode investir em inovação, tecnologia e criar um mercado favorável. Enquanto outros países lutam (gastando dinheiro e esforços) para sair da crise, é um bom momento para o Brasil se desenvolver em áreas estratégicas (principalmente de tecnologia e educação), já que mão-de-obra estrangeira e capacitada se torna disponível no atual contexto.
Empresas Brasileiras Devem Manter Investimentos
Continuar investindo, essa foi a frase unânime entre os empresários que estavam presentes na premiação “As Empresas Mais Admiradas do Brasil”, realizada pela revista semanal Carta Capital. Mesmo em tempos de crise mundial e recessão econômica das principais economias, o Brasil vem reagindo muito bem, e é a isso que se deve o otimismo do empresariado brasileiro.
Guilherme Leal, da Natura, disse que o crescimento em 2011 foi atenuado em relação aos anos anteriores, mas que manterá o ritmo de investimentos no país, de forma mais cautelosa. Outro foco de investimento da empresa é a América Latina, que se mostra um bom mercado para o setor.
O diretor geral da Visa do Brasil (empresa de cartões) se mantém otimista, principalmente pela saúde financeira dos brasileiros, que só aumentam as compras com cartões, substituindo o uso de cheques e dinheiro. O presidente da Nestlé do Brasil pareceu preocupado com o mercado externo, mas afirmou que o nacional está bem e que os rumos da empresa no país não serão alterados.
