A discussão a respeito do futuro das fontes de energia tem sido intensa nas últimas décadas devido a percepção de que continuando a trilhar o mesmo caminho do último século o planeta será levado ao seu limite de capacidade produtiva. O uso de fontes de energia não-renováveis criou um impasse que fez com que as nações mais ricas saíssem na frente nos investimentos em novas fontes.
Contudo, nos últimos anos o quadro tem mudado e cada vez mais as nações em desenvolvimento têm apostado em investimentos em tecnologias energéticas limpas, fontes renováveis como biomassa, solar e eólica. Já existe a compreensão de que o crescimento econômico a longo prazo depende de contar com fontes energéticas renováveis fortalecidas.
O Investimento em Tecnologias Energéticas nos Países em Desenvolvimento
A conclusão de que os países em desenvolvimento são os que mais investem em tecnologias energéticas limpas é de um relatório produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) que identificou aumento de 19% nesse tipo de investimento nessas nações.
Os países desenvolvidos apresentaram nesse mesmo relatório queda de investimentos nesse setor de cerca de 8% no mesmo ano de 2015. O dado mais interessante desse relatório é que o investimento em tecnologias de energia limpa foi quase o dobro daquele feito em usinas de gás e carvão nos países em desenvolvimento, o que aponta uma tendência bastante positiva do ponto de vista sustentável.
Motivos para o Aumento do Investimento em Tecnologias Energéticas Renováveis
O Pnuma também investigou os motivos que levaram as nações em desenvolvimento a aumentar os seus investimentos em tecnologias renováveis. No topo da lista aparece a forte crise econômica que abateu as nações mais ricas nos últimos anos e o crescimento desenfreado da população em países como Índia e China. Ao observar o aumento da demanda crescendo os países que estão em busca de estabilidade econômica se viram obrigados a buscar por soluções que caibam no orçamento.
O relatório destaca que está cada vez mais barato produzir energia limpa de maneira que também há o viés de interesse econômico. No início da discussão a respeito do uso de fontes de energia limpa existia o problema da dificuldade e preço elevado desses mecanismos. Com o aumento da procura por soluções inteligentes e sustentáveis foram desenvolvidos muitos projetos que tornaram a produção dessa energia mais barata. Acima de qualquer coisa se trata também de um investimento na produção de conhecimento que torne a energia limpa mais acessível financeiramente.
Europa
O velho continente enfrentou anos bem difíceis no campo econômico e isso fez com que as nações perdessem o fôlego da produção de energia limpa. Com isso se observa uma grande dificuldade de deixar de lado o uso os combustíveis fósseis na produção de energia, contudo, acredita-se que seja apenas uma questão de tempo para que o caminho seja retomado.
Principais Países a Investir em Tecnologias Energéticas Limpas
Aparecem como os principais países a investir em tecnologias de energia limpa, respectivamente, China (com aumento de 17% nas verbas chegando a US$ 102 bilhões), Índia (aumento de cerca de 22% nas verbas alcançado o montante de US$ 62 bilhões) e África do Sul (com aumento surpreendente de 329% chegando a um investimento de cerca de US$ 4,5 bilhões).
Brasil
Nosso país apareceu no relatório do Pnuma como mais uma nação que sofreu queda no aumento de investimento em fontes de energia limpa, a redução ficou em torno de 11%. O pronunciamento do governo a respeito desse resultado é que foi dada prioridade ao investimento em hidrelétricas porque se constatou que essa era a prioridade do momento.
A capacidade da energia eólica no Brasil aumentou significativamente, contudo, poderia estar num patamar ainda mais elevado caso os investimentos tivessem sido direcionados como estava planejado. No campo de energia solar o crescimento do Brasil foi ainda menor devido ao elevado custo dos equipamentos necessários bem como da crescente burocracia.
Energia Solar – O Futuro
Analistas do setor de tecnologias energéticas acreditam que a energia mais barata no futuro será a energia solar. A grande questão está no fato de que nesse momento os equipamentos tem um custo elevado, porém, os países que fizerem esse investimento poderão observar retorno em até uma década.