Crise Econômica Mundial

Em 2008 o mundo parou diante da concretização da ameaça de uma nova grande crise econômica. Desde o crack da bolsa em 1929 o mundo não ficava tão apreensivo diante de problemas econômicos. A crise que teve início nos Estados Unidos se espalhou muito rapidamente para os países da Europa e do resto do mundo. Em 2011 a crise voltou com uma força impressionante.

Dentre os principais motivos da crise econômica mundial estavam o endividamento público dos Estados Unidos bem como a fragilidade (que se tornou aparente) das instituições financeiras em vários países. A economia deu claros sinais de desaceleramento em nível mundial, vínhamos de um crescente sem precedentes que não pode se sustentar.

Como Entender a Crise Econômica Mundial de 2008

A Volta da Crise

É importante entender que em 2011 o mundo viveu mais da mesma crise, ou seja, não foi uma nova crise que se estabeleceu e sim a continuação numa nova fase do que já havíamos vivido. O início dos problemas econômicos se deu porque as instituições financeiras emprestaram muito dinheiro para pessoas que não tinham como pagar.

Com o não-pagamento feito por essas pessoas as instituições como importantes bancos acabaram indo a falência. Alguns bancos foram salvos pela intervenção do governo que visava impedir um colapso do sistema financeiro e o surgimento de uma recessão ainda mais intensa. Contudo, a ação dos governos de injetar dinheiro nas empresas para evitar a recessão trouxe outro problema que foi o aumento dos seus gastos.

Em paralelo a isso a economia continuava diminuindo. O resultado não poderia ser outro que não o aumento do déficit público que já era bem alto em vários países.  A Grécia foi um dos países mais atingidos pela crise uma vez que em 2008 os desequilíbrios fiscais acabaram sendo acentuados.

O Endividamento da Europa

Já fazia algum tempo que a crise da dívida soberana nos países da União Européia estava sob os holofotes e sendo discutida. No entanto, na crise de 2011 essa questão veio a tona com maior intensidade e trouxe para o centro da discussão desafios ainda maiores para o bloco. Está enganado quem pensa que somente a Grécia foi gravamente atingida pela crise econômica dos últimos anos. Países como Itália, Portugal, Irlanda e Espanha também passaram por um tipo de endividamento descontrolado e foram em busca de apoio financeiro junto ao Fundo Monetário Internacional.

Para que os países pudessem receber esse dinheiro foi necessário que passassem a adotar “austeridade fiscal” que basicamente quer dizer que os gastos públicos precisam ser reduzidos. Isso significa basicamente cortar o dinheiro destinado aos benefícios sociais e também aos empregos além do aumento de impostos.

Essas medidas não são as mais indicadas já que causam uma maior depressão na economia bem como geram descontentamento na população que vai as ruas se manifestar e faz greves. Existe um clima de instabilidade que gera desconfiança no mundo todo e abre discussões a respeito da manutenção do Bloco da União Européia.

Os Estados Unidos

O país que é considerado como o responsável pelo início da crise já tinha sérios problemas no início dos anos 2000. Duas situações que fizeram dos Estados Unidos um país em potencial para viver uma crise foram o investimento muito grande na guerra do Iraque em 2003 bem como as perdas causadas pelo furacão Katrina em 2005. O país precisou injetar muito dinheiro nas empresas e bancos e com isso aumentou o déficit.

A dívida saiu do controle do governo e com isso foi necessário aumentar o limite do endividamento público do país de maneira a evitar que houvesse um calote decretado. A situação criou um longo e estressante conflito entre os democratas e os republicanos que acabou se refletindo na nota de crédito americana.

Além disso, ainda veio a confirmação de que as coisas não estavam bem quando o PIB foi revisado no primeiro e no segundo trimestre e mostraram que houve uma desaceleração na economia. Os índices de desemprego também aumentaram de maneira considerável.

O Risco dos Bancos

No ano de 2008 os Estados Unidos passaram por uma grande dificuldade devido a exposição de hipotecas de alto risco. Em 2011 o problema que foi percebido foi a exposição de títulos de dívida soberana entre os países da Europa bem como os Estados Unidos. Na Europa houve uma grande exposição dos bancos aos títulos públicos da Grécia, um país que considerou o calote da dívida como uma forma de se reerguer.

Nesse momento foram empreendidos vários estudos com o objetivo de estimar quanto seria necessário para que houvesse uma recaptalização dos bancos da Europa mesmo com o calote da Grécia. Os economistas entendem que é muito difícil fazer essa estimativa e saber de verdade qual é o verdadeiro tamanho do rombo. Os bancos ainda estavam expostos a seguros contra a dívida. Não tinha como saber quanto os bancos iriam perder com esses seguros uma vez que eles não são negociados no mercado formal.

Desaceleração

Nas últimas décadas o mundo como um todo vinha numa grande crescente econômica que parecia que nunca teria um fim. Porém, não foi possível manter esse ritmo acelerado da economia global. O tema central de hoje é a desaceleração da economia, ou seja, a forma como o ritmo do capitalismo tem sido diminuído.

Nos relatórios da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) é possível detectar que existe uma clara desaceleração da economia em quase todos os países do mundo. Vale ainda dizer que o Brasil não está totalmente fora desse ritmo de redução. Ao contrário do que nos fazem crer o país dá claros sinais de que a atividade econômica está estagnando.

Existe realmente uma redução do ritmo da atividade econômica do Brasil, no entanto, ainda existe uma boa demanda interna o que pode nos salvar de dificuldades. O cenário internacional não é dos muito animadores para os próximos anos uma vez que existem chances de que haja recessão em alguns países devido a crise mundial que se instala. Mesmo as economias maduras não estão livres, ao contrário, são as mais propensas a passar por dificuldades.

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Categoria(s) do artigo:
Dinheiro

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