Na economia brasileira há uma dupla de vilões, reconhecida por todas, seja industriais, comerciantes, prestadores de serviços, agricultores etc.: o elevado juros e intermináveis impostos. Pior: em conjunto eles multiplicam seus poderes. O Brasil possui a maior taxa de juros real do mundo (6,8%). O segundo lugar – Chile – possui uma taxa real de 1,5%. A consequência disso é simples: compra-se por um preço, paga-se bem mais por ele, enxurrada de capital externo que aproveita a taxa elevada dos juros nacionais para rentabilizar o investimento, redução da competitividade da indústria nacional, etc. Isto é o que mostra o artigo de Eduardo Fagnani, na revista Carta Capital.
Mas como todo vilão, ele tem que fazer mal à sociedade. A elevada taxa de juros e os altos impostos não fogem à regra. Os impostos conseguem perceber ao pagar as contas no final do mês. Já os juros atuam de forma indireta: o governo tem que obter empréstimos para pagar suas contas (pagar funcionários, quitar investimentos, etc.), mas na hora de pagar o empréstimo, surpresa!! É muito mais do que deve: a dívida nacional já chega a 59% do PIB. Para minimizar isso o governo corta os investimentos sociais.