Embora o Brasil a muito esteja fora da crise financeira mundial, ainda pode vir a sofrer com alguns reflexos dessa crise que a Europa ainda está enfrentando.
Segundo Joaquim Levy, que é diretor de Gestão e Estratégia da Bradesco Asset Management, mesmo com uma situação bastante confortável como está o Brasil, é preciso que se fique muito atento aos rumos da crise na União Européia.
Caso os estrangeiros se vejam forçados a levar de volta o capital aplicado em nosso país, o Brasil deve estar preparado para isso.
Ainda não há movimento nesse sentido
De acordo ainda com Levy, por enquanto nenhum movimento aconteceu neste sentido, entretanto devemos ficar atentos uma vez que não está descartado esse risco. É importante que o país tome medidas no sentido de aumentar a poupança interna.
O Brasil conta com muitos investimentos bastante produtivos, mas a poupança doméstica se faz necessária para que se possam manter esses investimentos em caso de fuga dos investimentos estrangeiros uma vez que a crise européia pode tirar investimentos do Brasil.
Analistas vêem como muito delicada a situação da Europa e não é somente pelos governos com contas negativas, mas pelo sistema financeiro que está com pouquíssima solidez.
Crise se concentra na Europa
O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfjn afirma que se esta crise se mantiver como está agora, ou seja, concentrada somente na Europa, a economia mundial não deve sofrer com os impactos, o que de certa maneira trás um pouco de tranquilidade as demais economias do mundo.
Entretanto não podemos esquecer como um processo de reversão de tal situação pode ser rápido, haja vista o que aconteceu em 2008, quando a crise desencadeada nos Estados Unidos se alastrou rapidamente fazendo um grande estrago.
A crise que hoje a Europa ainda amarga teve origem na crise que as hipotecas de alto risco geraram nos EUA. Segundo Carlos Geraldo Langoni que é diretor do Centro Mundial da Fundação Getulio Vargas, se a Grécia quebrasse o impacto não deveria ser tão grande como o foi à falência do Lehman Brothers.
A economia brasileira
O diretor da Fundação Getulio Vargas acredita que o desempenho satisfatório da economia do Brasil, neste momento que é de turbulência, não deixa o país livre das necessidades que tem de promover mudanças.
Ao coro dos economistas que há muito tempo defendem o equilíbrio das contas publicas e reformas, se junta agora Langoni. Segundo ele a oportunidade de fazer ajustes fiscais é única, é hora de aprender e tirar boas lições da crise que se desenrola na Europa.
É longa a luta por estas mudanças e ajustes fiscais e esta poderia ser a hora mais propicia para se fazer essa reforma, momento em que a economia está equilibrada.