Bretton Woods: Meados e Características

Existem diversas explicações para o acontecimento da crise de 1929, considerada como uma das primeiras do mundo moderno. Desde o final do século XIX os EUA estavam com euforia na expansão do crescimento agrícola e industrial. Aumento ocorrido inclusive por causa dos resultados da Primeira Guerra Mundial. A Europa se tornou principal consumidora em grosso modo por causa dos reveses proporcionados pelos destroços do conflito. Durante os anos vinte do século passado, o tio Sam tinha somente 0,9 da PEA desempregada, sendo que a produção do país representava quase cinquenta por cento dos produtos industriais produzidos no mundo.

Meados do BRETTON WOODS

Os americanos se acostumaram com o modelo, deixando de idealizar planos reservas para ser implantados quando acontecesse a recuperação econômica dos outros grandes países capitalistas do mundo.

Em 1920 a Europa Ocidental já demonstrava recuperação econômica que acontecia em ritmo acelerado, indo contra todos os pensamentos americanos de que a volta das outras grandes potencias ia demorar por causa dos destroços da guerra. De certa forma, a tecnologia incentivada, inclusive por norte-americanos, permitiu com que países crescessem vinte anos em cinco, caso da recuperação histórica da Alemanha, Inglaterra e França. O combate contra a corrupção e os pensamentos nacionalistas também são outras causas do expansionismo europeu.

Com a recuperação econômica dos países afetados pela Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos passaram a vender menos para aquele mercado. As vendas declinaram e junto, aconteceram a diminuição na geração de emprego, perda do poder de venda e consumo da moeda. Os Estados Unidos estavam movidos pela empolgação das especulações do passado e pelos especuladores que naquela época, tinham maior influência na Bolsa do que o próprio governo.

Quando os governantes acordaram, já era tarde. Na tentativa de proteger a economia, foram retiradas todas as garantias de empréstimos particulares concedidas aos europeus, sinalizando que a tragédia estava eminente. As exportações foram derrubadas. No dia 29 de outubro de 1929, a crise industrial, financeira e agrícola explodiu com o quebra da bola nova-iorquina.

No Brasil, o principal afetado foi o café, consumido em alto nível em épocas anteriores. Naquele momento ficou com preços inferiores que fizeram, inclusive, muitos agricultores fazerem queimadas para recomeçar a plantar outra cultura rapidamente.

Final do Capitalismo?

Milhares de ações foram colocas a venda por preços inferiores dos preços gastos na compra. A onda de receios tomou conta não somente sobre mercado internacional, como também se o sistema capitalista no Ocidente representava mesmo a principal saída para as nações poderem viver em harmonia econômica.

O mundo ficou com maior dúvida depois que a URSS promoveu o primeiro plano quinquenal e foi a única nação que conseguiu escapar dos efeitos diretos proporcionados pela grande depressão. Aumentou o protecionismo internacional, o padrão ouro foi abandonado e o dólar desvalorizado. Em 1932, os salários nos EUA caíram trinta e dois por cento enquanto que a Alemanha apresentava queda de quarenta e dois por cento.

O cenário motivou a implantação do intitulado New Deal no ano de 1933, plano econômico do presidente Roosevelt que buscou intervencionismo na economia para diminuir as dificuldades encontradas na rotina da população. Porém, ainda convalescente, em 1939 começa a próxima grande crise, conhecida também como Segunda Guerra Mundial. Os russos ao lado dos alemães na primeira parte do conflito, representou seguro risco ao sistema capitalista.

BRETTON WOODS

Em julho de 1944 já se sabia que o lado dos aliados venceria o conflito. Porém, os principais países do mundo estavam quebrados não somente no aspecto econômico, como também na infraestrutura devastadas por bombas, misseis e outros tipos de artilharia pesada.

Neste sentido, quarenta e quatro países fizeram uma reunião em BRETTON WOODS, New Hampshire. Assinaram um acordo para trazer nova organização para o sistema monetário internacional. Os líderes procuravam soluções para resolver problemas imediatos gerados por causa da guerra, permitindo assim reestruturação das economias europeias e japonesa. De certa forma, o documento se tornou símbolo do poder econômico e político dos Estados Unidos perante o mundo.

Aos poucos, as economias afetadas iniciaram processo de recuperação dos efeitos da Segunda Grande Guerra. Vale ressaltar ainda que, no mesmo passo, os países considerados emergentes conseguiram se libertar do imperialismo norte-americano, agindo assim como potências econômicas que se movimentam com independência. As deficiências do acordo ficaram claras, fato explícito na grande crise dos anos sessenta.

Desde o início dos anos setenta do século passado, o acordo não está mais vigorado. Momento no qual o presidente Richard Nixon, além de abandonar o padrão-ouro, proibiu a conversão de recurso em troca de dólares.

Confiscou o ouro no Fort Knox. Com esta manobra, o líder norte-americano obrigou as nações a reterem os dólares, visto que além da conversão estar proibida, o valor pago no mercado livre normalmente acontece com prejuízo. No ano de 1973, praticamente todas as nações ocidentais desistiram de idealizar valores, sendo a flutuação cambial firmada como padrão principal do sistema econômico mundial.

Em termos gerais, o BRETTON WOODS representou sistema de regras para determinar parâmetros para a economia mundial. Entre os diversos acordos assinados, existiu a criação do BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento) e do FMI (Fundo Monetário Mundial). As operações começaram no ano de 1946. O principal conteúdo do texto oficial estava relacionado com as obrigações de cada nação, a fim de manter a taxa de câmbio e moedas dentro de valores indexados ao dólar.

Crescimento do Intervencionismo!

As ideias do economista John Maynard Keynes surgiram principalmente na segunda metade do século XX. O sucesso das adaptações foi eminente, sendo aderidas por diversas economias ocidentais.

A capacidade do Estado como agente regulador passou a ser questionada com a crise economia da década de 1970, por causa do intervencionismo inglês e estadunidense e da Crise do Petróleo que culminou no tabelamento do recurso.

Porém, o ciclo econômico muda de opinião com constância e o pensamento ressurgia no início do século XXI. Barack Obama, Gordon Brow e Lula são três exemplos de chefes executivos que apostaram no intervencionismo como arma principal das políticas aplicada de forma interna e externa.

Keynes foi nomeado como uma das personalidades mais influentes do século passado pela revista Time, no ano de 1999. Neste sentido, é considerado como o pai da macroeconomia moderna.

Escrito por Renato Duarte Plantier.

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Categoria(s) do artigo:
Política

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