Fusão Itaú Unibanco e Porto Seguro

No ano de 2009 o país assistiu a fusão de dois gigantes do segmento de bancos privados, Itaú e Unibanco que deram origem ao Itaú Unibanco, o maior banco privado do Brasil. Em 2011 o banco e o Grupo Porto Seguro anunciaram fusão das operações de seguros residenciais e de automóveis.

O mais curioso é que essa fusão se deu num período recorde, foram necessários apenas 9 dias de negociação para que ambas as partes entrasem em acordo. A conversação iniciou logo após a Porto Seguro ter desistido de negociar com o Bradesco. As duas insituições vinham negociando há meses e nunca chegavam num acordo. Então após encerrar as negociações com o Bradesco a empresa de seguros se voltou para o gigante Itaú Unibanco.

A Negociação

O interesse do Itaú Unibanco pela Porto Seguro já vinha de longa data e quando a empresa soube que a negociação com o Bradesco não tinha ido para a frente resolveu entrar em ação. Foram enviados ‘emissários’ do banco para falar com Jayme Garfinkel, presidente da Porto Seguro para manifestar o interesse em fazer essa fusão. Após nove dias de conversação as duas empresas fecharam um acordo.

A Fusão

O acordo entre as duas instituições decidiu que o Itaú Unibanco faria a transferência de toda a sua carteira de seguros residenciais e de automóveis para uma empresa que recebeu o nome de Itaú Unibanco Seguros de Automóvel e Residência S.A., que começou com um patrimônio líquido de R$ 950 milhões.

A empresa será transferida para a Porto Seguro e então a empresa que resultar dessa junção passará a ser chamada de Porto Seguro Itaú Unibanco Participações S.A. (PSIUPAR). O controle da empresa será da Porto Seguro e o Itaú Unibanco terá participação de 30%.

Surpresa Para o Mercado

O anúncio da fusão do Itaú Unibanco com a Porto Seguro pegou o mercado financeiro brasileiro de surpresa uma vez que se esperava que fosse feito um acordo entre o Bradesco e a Porto Seguro. Contudo, a negociação entre as duas empresas não foi adiante pelo fato de que a Porto Seguro não desejava perder o controle do negócio.

Numa entrevista concedida na época do negócio o presidente da Porto Seguro, Jayme Garfinkel, disse que o negócio com o Bradesco não evoluiu porque as duas empresas queriam coisas diferentes enquanto que com o Itaú Unibanco o negócio foi fechado rapidamente já que as duas concordaram nos principais termos.

Sobre a rapidez do negócio Pedro Moreira Salles, presidente do conselho do Itaú Unibanco disse que: “A Porto Seguro tem tradição, reputação, marca e performance invejável. Temos confiança na parceria que estamos criando, por isso fizemos em velocidade recorde”.

O Que a Nova Empresa Fará?

Essa é uma das principais questões aventadas em relação a nova empresa criada dessa fusão. A empresa se caracteriza por ser multimarcas e tem como valor R$ 1,7 bilhão. Em geral a empresa irá vender seguros das quatro seguradoras que são: Unibanco, Itaú, Azul e Porto Seguro. Os preços serão diferentes já que o objetivo é oferecer produtos e preços variados para os diferentes clientes.

A preparação para a entrada da empresa no mercado exigiu a construção de uma lógica de produtos e preços que se encaixassem nos seus negócios. Lembramos que nesse tipo de negócio é importante encontrar a forma certa de como distribuir os lucros uma vez que os sócios estão sempre esperando como isso acontecerá.

O Que Muda Para os Clientes e Funcionários

Os clientes das duas empresas, Itaú Unibanco e Porto Seguro, foram tranqüilizados com a promessa de que nada iria mudar em relação as apólices e serviços já contratados. Para os funcionários da Itaú Unibanco que atuavam na área de seguros residenciais e de automóveis muda um pouco já que eles serão transferidos para a empresa nova que foi criada, a Itaú Unibanco Seguros de Automóvel e Residência S.A.

O Que Muda Para a Porto Seguro

A Porto Seguro teve grandes vantagens na realização desse negócio já que ele agregou a empresa mais 4.500 pontos de venda uma vez que os seus seguros agora também serão vendidos nas agências do Itaú Unibanco. A empresa nova já começa com um número de 3,4 milhões de carros segurados e 1,2 milhão de residências.

O Que Muda Para o Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco não terá grandes mudanças com a fusão, pois isso não acarreta num impacto realmente significativo para os ativos da instituição. Sobre isso o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, disse: “Não vamos passar o Banco do Brasil” já deixando claro que o negócio não tem tanto impacto quanto parece para a instituição.

Aprovação da Fusão

A aprovação da fusão entre Itaú Unibanco e Porto Seguro foi dada no dia 31 de agosto de 2011 pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Essa aprovação se deu por unanimidade e sem restrições para seguros residenciais e de automóveis. Nessa época havia uma certa pressão sobre o órgão em relação a sua competência para julgar processos que envolvessem instituições financeiras.

Na Justiça existe um impasse a respeito dessa competência que acredita-se deveria ser uma tarefa exclusiva do Banco Central (BC). Contudo, o Cade faz questão de ressaltar que tem condições de avaliar as operações em busca de verificação de truste nesse segmento de instituições financeiras também.

As Fusões no País

O anúncio da fusão das duas empresas havia sido feito na segunda metade de 2009. O resultado da junção das carteiras de seguros residenciais e de automóveis passaram a ser consolidados no balanço da Porto Seguro. Quando um negócio como esse é anunciado é natural que o mercado fique apreensivo afinal se trata de duas grandes empresas que podem ameaçar o equilíbrio e a possibilidade de competição justa entre as instituições financeiras.

Devido a isso existe a necessidade de que se faça uma correta avaliação a respeito de até que ponto essa fusão se mostra prejudicial para o mercado e para as demais empresas. O Brasil tem observado cada vez mais fusões desse tipo e deve estar pronto para saber julgar quais são positivas e quais não para o mercado.

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Categoria(s) do artigo:
Negócios

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