De acordo com a pesquisa da empresa de auditoria e consultoria BDO o São Paulo Futebol Clube estava na 11°posição entre os clubes que mais devem dinheiro no país. No ano de 2011 foi registrada quantia negativa de R$158.486. O valor aumentou em níveis significativos dos R$94.177 milhões contabilizados em 2011. Aconteceu aumento de 207% do endividamento se forem levados em consideração dados entre 2007 e 2011. Em termos gerais os grandes shows realizados no Morumbi não trazem lucro ao ponto de retirar o clube do vermelho.
http://www.youtube.com/watch?v=UwrZl0FjEPw
Luís “Fabi-Grana”
Não se pode ignorar o fato de que a recontratação do centroavante Luís Fabiano trouxe custo elevado além da quantia em que foi vendido na época que saiu do Morumbi. A diretoria estava na expectativa de conquistas e vendas de camisas para retomar os custos que englobaram a alta negociação com Sevilha, da Espanha. Conquistou-se apenas a Copa Sul-Americana 2012, liga que paga prêmio inferior apenas ao Campeonato Paulista, sendo que o atacante não participou da partida final que foi encerrada com o clube sendo campeão antes do acabar a partida.
Oswaldo Vieira de Abreu, diretor financeiro do SPFC (São Paulo Futebol Clube), faz questão de não botar a culpa apenas na contratação do Luís Fabiano por quase R$15 milhões. O representante do clube diz que foi realizado acordo com Sevilha para pagar o valor de maneira semestral. Foi utilizado dinheiro do próprio clube à contratação e não quantia tomada de empréstimo.
Abreu afirma que em 2011 o maior custo que envolveu os cofres do tricolor paulista esteve na infraestrutura referente ao CT de Cotia. O restante dos valores gastos é referente à compra de outros jogadores, mas o diretor diz que foram utilizadas parcelas mínimas da quantia.
Aumento do Déficit: 207% em 05 anos!
O São Paulo não está entre as dez primeiras dívidas nacionais. No entanto os especialistas chamam a atenção para o fato de acontecer aumento dos débitos em curto espaço de tempo. Presidente Juvenal Juvêncio rompeu parcerias com outros clubes paulistas que lotavam o estádio e girava alta receita. Em menos de cinco anos a dívida cresceu 207%, dos quais 68% foram gastos entre 2010 e 2011. Conforme a BDO representa o maior avanço entre os clubes da capital paulista.
Com a queda em conquistas importantes desde 2008, o São Paulo não conseguiu se sustentar e por consequência precisou solicitar empréstimos para instituições financeiras para seguir com time competitivo. Foram gastas de taxas de juros equivalentes a R$6 milhões no ano de 2007, quantia que subiu para R$19 milhões de 2011. Números que poderiam ser encaminhados para outros investimentos ao plantel, sócio torcedor ou infraestrutura. Ao mesmo tempo a administração necessita gastar dinheiro com custos inesperados, como os frequentes alagamentos que acontecem no CT da Barra Funda.
São Paulo FC: Dívida com Prefeitura
De acordo com reportagem publicada no jornal Estado de S. Paulo, clubes paulistas devem quase R$ 110 milhões à Prefeitura. São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Portuguesa e Juventus estão na lista negra. Débitos tributários possuem relação de maneira principal com atrasos de IPTU (Imposto Predial e Território Urbano) e ISS (Imposto Sobre Serviços).
O São Paulo foi citado por possui a maior dívida: R$33,6 milhões de acordo com a Procuradoria-Geral do Município. De acordo com a Prefeitura todos os clubes com saldo devedor estão aderidos ao PPI (Programa de Parcelamento Incentivado), um facilitador de pagamento que pode diminuir as multas no máximo em 75%, sem contar que amplia o prazo da quitação para 120 meses.
São Paulo, Juventus e Portuguesa são três clubes que se encontram em situações semelhantes. Eles pagam parcelas diminuídas por definição do PPI. Conforme Ministério Público Estadual os valores informados pela Prefeitura não consistem no total do montante em déficit. A instituição estuda a possibilidade de cobrar contrapartidas. A ação civil acusa inclusive Gilberto Kassab de improbidade administrativa por causar dívidas no erário público.
Acontece que até o ano de 2006 as contrapartidas do uso das áreas aconteciam no campo financeiro. Clubes tinha responsabilidade de pagar taxa equivalente a 2,5% dos valore referentes às vendas de terrenos, modalidade de cobrança que funcionar de modo parecido com aluguéis. Porém, o ex-prefeito derrubou o decreto estabelecido com cobranças e exigindo apenas ações sociais, caso dos atendimentos feitos às crianças carentes. Desde então o cumprimento deixou de ser fiscalizado e causou facilidade dos clubes em não cumprirem com obrigações fiscais.
José Carlos de Freitas, promotor de Justiça, diz que a administração municipal possui obrigação de saber a quantia que não está recebendo por causa da concessão das áreas públicas aos clubes de São Paulo. Freitas acredita que Kassab nunca almejou realizar cobrança e prejudicou de maneira direta as receitas da cidade.
Outro Lado da Moeda
Em resposta da matéria publica no Jornal O Estado de S. Paulo a assessoria do SPFC publicou nota para esclarecer o fato. Conforme a resposta, o clube enviou esclarecimentos elucidar o caso, mas o jornal voltou a enfocar o assunto sem mencionar o teor das explicações oficiais.
De certa maneira a assessoria comunica que o jornal omitiu o posicionamento do clube. A defesa aponta que em síntese o São Paulo não possui débitos com a Prefeitura porque a inscrição no PPI fez com que acontecesse o pleno regulamento, restituindo assim a plena regularidade com os tributos municipais.
Ainda de acordo com a nota o clube recebeu desconto no programa de parcelamento equivalente a R$17 milhões. Por este motivo a respectiva dívida se encontra na casa dos R$ 7,4 milhões, valor inferior do que o montante de R$33 milhões divulgado no jornal.
A assessoria ainda lembrou que as ações do clube estão além de ser meramente social, visto que existe disponibilidade do local para receber os alunos que estudam na rede pública no sentido de realizar atividades esportivas dentro do CT.
Copa do Mundo: Dívida do São Paulo
A não escolha do estádio do Morumbi á disputa da Copa do Mundo representou alto déficit financeiro ao São Paulo FC que precisa retirar dinheiro do próprio bolso para fazer reformas e modernizar o próprio estádio.
